sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Para manter a liderança, Atlético-MG terá de evitar que Corinthians alcance a marca de 100 impedimentos conquistados por sua defesa

Vai ser colocada à prova a real capacidade do Atlético-MG em manter a liderança do Brasileirão.

No Pacaembu, enfrenta o Corinthians, que vem de vitória sobre o Internacional, 2 derrotas para Santos e São Paulo e 1 empate contra o Fluminense. Ou seja, a Fiel vai tirar o domingo para ver seu time se recuperar com sobras.

Jogar no Independência só com cruzeirenses nas arquibancadas do clássico mineiro no último domingo foi uma "avant-première" do que o Galo terá pela frente. Mesmo fora de casa, o Atlético-MG tem feito marcação sob pressão e atacado em velocidade. Nos últimos 4 jogos, empatou 3 (Atlético-GO, Cruzeiro e Ponte Preta) e venceu o Botafogo.

O Atlético-MG é a equipe que mais gols fez (mesmo tendo disputado uma partida a menos), mas é das equipes com mais jogadas de ataque anuladas devido a impedimentos. E vai enfrentar a melhor linha de impedimento do Brasil, na casa dela.

Os atleticanos vão precisar de muita concentração para evitar que o Timão chegue à marca de 100 impedimentos conquistados. Faltam só 5 para isso. Ou fazer como São Paulo e Fluminense, pegos em 11 e 8 impedimentos até o adversário errar. Logo saberemos.

Para deixar a tarde de domingo mais emocionante, nas bandeiras estarão:

À direita do vídeo, o auxiliar 1: Altemir Hausmann, 82% de acerto nos impedimentos, 27 certos, 6 errados.

À esquerda do vídeo, o auxiliar 2: Fábio Pereira, 90% de acerto, 17 certos, 2 errados. 




Fluminense e Grêmio jogam fora de casa contra adversários que lutam contra o rebaixamento. O São Paulo, também, mas no domingo. Todos contando com uma derrota do Atlético-MG (que tem um jogo a mais por fazer).

Fechando o grupo das 7 equipes que mostraram até agora ter real estrutura para chegar ao título deste ano, o Internacional vai receber o Flamengo, no Beira-Rio.

Veja abaixo o desempenho dos auxiliares que vão trabalhar nessas e nas outras partidas da rodada.

Mais abaixo, as características de cada equipe em relação aos impedimentos.


21a rodada

Sábado
18h30
Palmeiras x Grêmio
Árbitro: Sandro Meira Ricci
Auxiliar 1: Fabrício Vilarinho da Silva
Auxiliar 2: Bruno Boschilia

Figueirense x Fluminense
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro
Auxiliar 1: Marcelo Carvalho Van Gasse
Auxiliar 2: Márcio Luiz Augusto


21h
Vasco x Portuguesa
Árbitro: Heber Roberto Lopes
Auxiliar 1: Thiago Gomes Brígido
Auxiliar 2: Carolina Romanholi Melo


Domingo
16h
Corinthians x Atlético-MG
Árbitro: Péricles Bassols Pegado Cortez
Auxiliar 1: Altemir Hausmann
Auxiliar 2: Fábio Pereira

Internacional x Flamengo
Árbitro: Wilson Luiz Seneme
Auxiliar 1: Roberto Braatz
Auxiliar 2: Márcio Eustáquio S. Santiago

Sport x Santos
Árbitro: Francisco Carlos Nascimento
Auxiliar 1: Lilian da Silva Fernandes Bruno
Auxiliar 2: Rodrigo F. Henrique Correa

Bahia x São Paulo
Árbitro: Márcio Chagas da Silva
Auxiliar 1: Janette Mara Arcanjo
Auxiliar 2: Fabiano da Silva Ramires


18h30
Cruzeiro x Náutico
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha
Auxiliar 1: Cristhian Passos Sorence
Auxiliar 2: Ediney Guerreiro Mascarenhas

Ponte Preta x Atlético-GO
Árbitro: Nielson Nogueira Dias
Auxiliar 1: Marcelo Bertanha Barison
Auxiliar 2: Ivan Carlos Bohn

Botafogo x Coritiba
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden
Auxiliar 1: Kléber Lúcio Gil
Auxiliar 2: Carlos A. Nogueira Júnior

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Jogo #193 Em altíssima velocidade, São Paulo se impõe do início ao fim no Morumbi, goleia o Botafogo e Seedorf pede para sair

O placar fala muito sobre o jogo: o São Paulo goleou o Botafogo, no Morumbi, por 4 a 0.

Aos 21 minutos do segundo tempo, exausto e aos 36 anos, Seedorf pediu para sair, o que também diz muito sobre o jogo.

Em toda a partida, o goleiro Rogério Ceni fez 4 defesas. E isso, bem, você sabe.

O goleiro Jefferson levou 4 gols e ainda fez 7 defesas, 3 delas difíceis. Bom...

O Botafogo entrou com 5 jogadores no meio-campo e apenas Elkeson no ataque. Seu objetivo era dificultar a troca de passes do São Paulo. Não deu. Parece até que estava engasgada a derrota na primeira rodada, quando o Botafogo venceu por 4 a 2.

O São Paulo trocou passes em uma velocidade incrível, de pé em pé, e os botafoguenses não viram a bola. Logo aos 5 minutos, um golaço: Jadson fez um passe em profundidade para Luís Fabiano dar um drible desconcertante em Brinner, driblar o goleiro Jefferson e chutar no contrapé de Brinner, que tentava evitar o gol.

A velocidade dessa jogada foi a tônica do jogo. Jadson, Lucas e Maicon deram muito volume ofensivo  ao São Paulo, com ajuda de Douglas e Maicon, e o goleiro Jefferson foi o grande nome do primeiro tempo, quando fez a diferença em campo. 

Para tentar afastar o São Paulo de sua área, o Botafogo avançou a marcação. Foram 3 impedimentos do São Paulo no primeiro tempo e mais 3 no segundo. A diferença, é que o Botafogo se desgastou tanto que no início do segundo tempo 2 dos impedimentos marcados foram errados. Os atacantes são-paulinos saíam de trás e chegavam na frente. Nem mesmo o auxiliar Carlos Berkenbrok conseguiu acompanhar essa velocidade. Isso aos 6 minutos e aos 8 minutos.

Aos 12, Jadson passou para Luís Fabiano finalizar, o goleiro Jefferson rebateu, e a bola ficou limpa para Osvaldo tocar para o gol vazio.

Aos 15, Lucas recebeu a bola na intermediária, disparou em alta velocidade, evitou os marcadores e da frente da meia-lua chutou no canto esquerdo para fazer 3 a 0. Aos 15 minutos.

Então, deu para Seedorf. Os 36 anos pesaram contra uma equipe tão leve e entrosada.

A noite de festa para os são-paulinos ficou completa aos 43 minutos. Ele recebeu na intermediária e colocou para Osvaldo disparar pela esquerda, driblar o goleiro Jefferson e devolver para Cícero chegar de trás e bater para o gol vazio. 

O jogo estava acabando, mas os são-paulinos mostraram que podiam ter feito ainda mais.

Jogo #192 Bahia adota tática do caranguejo para se livrar da linha de impedimento do Santos e vencer na Vila em estreia de Jorginho

Como disse a então candidata à Presidência da República Dilma Rousseff, "o Brasil não é caranguejo, que anda para trás", ainda que o bicho ande de lado. Mas para vencer o Santos, na Vila Belmiro, de virada por 3 a 1, o Bahia teve de adotar a tática do caranguejo: andar para trás para vencer a linha de impedimento do Santos, a segunda mais eficaz do país (agora com 90 impedimentos de adversários em 20 jogos). A melhor é a do Corinthians (95 impedimentos conquistados em 20 jogos).

Foram 12! impedimentos do Bahia na partida.

Como se podia imaginar antes do jogo, o Bahia teria um desafio imenso para vencer o Santos, pois seria o encontro do segundo time que mais deixa adversários em impedimento com o time que mais é flagrado em impedimentos. Agora, o Bahia acumula 75 impedimentos marcados contra o seu ataque (7 errados), além de pelo menos outros 2 que não foram marcados por erro de auxiliares.

Para deixar o desafio ainda mais interessante, o Santos fez seu gol aos 14 minutos de jogo, em sua terceira finalização. Neymar cruzou da direita, e André completou para o gol de cabeça. Fácil. Como se esperava. No total, o Santos finalizou 14 vezes, 6 certas. Mas gol mesmo, só esse aí. O 1 a 0 permaneceu no placar até os 14 minutos do segundo tempo.


O estreante técnico Jorginho disse após o intervalo que o Bahia tinha de ir mais à frente para pressionar o Santos. Apresentado ao time no hotel, já foi responsável pelo menos pela mudança de atitude.


O Bahia foi mais à frente do que se podia imaginar. Logo a 2 minutos do segundo tempo, entrou em cena a "tática do caranguejo". O melhor jeito de escapar do impedimento seria levar a bola até a linha de fundo e cruzá-la para trás. E Gabriel fez isso. Entrou pela direita da grande área, cruzou para trás, e Souza chegou na corrida para finalizar de primeira. Para fora, mas o lance não tinha sido anulado, o que já era alguma evolução.

Mas pareceu ser um lance casual. Em 4 ataques seguintes, mais 4 impedimentos.

Então, aos 14 minutos, Neto cruzou da direita, Zé Roberto chegou de trás e surpreendeu Bruno Rodrigo, que se atrapalhou ao cabecear, a bola ficou um pouco mais atrás, no pé de Souza, que recuou um pouco mais e bateu no canto.

Aos 17 minutos, o gol da virada. Neto bateu falta da direita com muita categoria, encobrindo a barreira. O goleiro Rafael aceitou.

O Santos cruzou, bateu escanteio, finalizou uma vez para fora, com André, mas foi o Bahia quem marcou novamente. Mancini avançou em velocidade pela direita, entrou na grande área e tocou para trás para Zé Roberto, que novamente chegava em velocidade. Só que a bola foi muito para trás, Zé Roberto não conseguiu dominar, e ficou para Souza tocar ainda mais para trás para Gabriel chegar na corrida e bater colocada no gol.

Sem risco de ser pego em impedimento e sem dar chance para o Santos, que perdeu a primeira em casa.

Ao final da partida, Ganso foi chamado de "mercenário", torcedores cantaram que o "Santos não precisa de você" e moedas foram vistas na entrada do vestiário. Não acredito que ele vá sair do Santos, e essa pressão vai ser ótima para quando chegar a Copa do Mundo de 2014 (se ele estiver na seleção, claro, o que acredito).

É bom que estejam preparados para todos os cenários possíveis. É melhor sofrer agora.

Jogo #191 Deuses do futebol parecem brincar com os nervos do Galo, mas Atlético-MG suporta isso bem no empate com a Ponte Preta

Um jogo incrível. Até o Atlético-MG conseguir seu segundo gol, parecia que todo o universo estava conspirando a favor do Galo e que tudo daria certo, mais uma vitória seria conquistada e mais: ficaria aquele sentimento de que nada seguraria a equipe rumo ao título.

Não era para menos.

Aos 4 minutos, o Atlético-MG vencia por 2 a 1. Em sua primeira finalização no segundo tempo, fez o gol. Marcos Rocha tabelou com Guilherme e cruzou da ponta direita para Jô na pequena área, mas a bola subiu tanto que nem mesmo o goleiro Edson Bastos conseguiu alcançá-la para socar. Só que ao completar seu percurso, ficou para Guilherme acertar um chutaço de primeira com a perna esquerda no ângulo direito. Perfeito!

No primeiro tempo já havia acontecido um lance desses, em que tudo parece estar a favor. Aos 14 minutos, Ronaldinho Gaúcho tocou para Danilinho acertar um chute forte da frente da meia-lua, a bola bateu no peito de um defensor que não consegui identificar e matou o goleiro.

A Ponte Preta tinha menos volume de jogo, mas uma precisão incrível. Chegou ao empate aos 42 minutos. Marcinho fez um passe extraordinário para Cicinho entrar livre pela direita da grande área para empatar. No primeiro tempo, a Ponte Preta fez 5 finalizações, todas certas. O goleiro Victor tinha feito 2 ótimas defesas e quando rebateu, a defesa cortou. Depois do gol, fez outra defesa. (No jogo todo, foram 8 finalizações da Ponte Preta, 7 certas, 2 gols.)

Mas com a vantagem no placar logo aos 4 minutos do segundo tempo, e com um golaço, toda a confiança voltou para os atleticanos.

Aos 37 minutos do segundo tempo, a roda da fortuna dos atleticanos girou, e o jogo virou de ponta-cabeça. A defesa rebateu uma bola levantada na área, Cicinho chutou do bico direito da grande área e, assim como no primeiro gol do Atlético-MG, a bola desviou (no pé de apoio de Leandro Donizete) e entrou no gol, matando o goleiro.

Fosse só isso...

Dos 44 minutos do segundo tempo aos 50, quando a tortura terminou, o Atlético-MG fez 6 finalizações. Em 1 delas, o goleiro Edson Bastos fez defesa espetacular, espalmando para o alto uma cabeçada fortíssima de Neto Berola da grande área.

E aos 49 minutos aconteceu algo que surpreendeu os otimistas (e provavelmente os pessimistas): Ronaldinho Gaúcho bateu uma falta levantada, Guilherme chutou para o gol de perto da pequena área, mas foi bloqueado. Na rebatida, Leonardo Silva bateu de primeira com o gol aberto, mas também foi bloqueado. Após a cobrança do escanteio, Ronaldinho Gaúcho chutou da direita da grande área no gol, mas a defesa cortou. Novo escanteio, e Ronaldinho colocou na cabeça de Réver, que cabeceou para fora tirando tinta da trave direita.

Sendo otimista e tendo visto o jogo Fluminense 1x1 Corinthians, os Deuses do futebol parecem estar se divertindo não só com os atleticanos. Sendo pessimista, vai ser assim até a última rodada. Com todos. Prepare seus nervos porque tem um turno inteiro pela frente. Quer um pouco d´água?

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Jogo #190 Melhor linha de impedimento do Brasil volta a falhar, e Fred não perdoa no empate entre Fluminense e Corinthians

Dizem que aquilo que te mantém vivo é também o que te mata. Vale para o Corinthians. Sua defesa está tão condicionada em fazer a linha do impedimento, tudo é tão bem executado, que já não consegue perceber quando algo "saiu do lugar", como ocorreu contra o Fluminense.

É como se você derrubasse um copo que não estava ali, mas alguém colocou enquanto você saiu e voltou. Não viu colocarem, não tem consciência da presença dele.

A melhor linha de impedimento do Brasil colecionou no Engenhão mais 8 impedimentos para a sua coleção e que se somam aos 87 que já tinham sido marcados no primeiro turno contra ataques adversários. Agora, a melhor linha de impedimento do Brasil tem 95 impedimentos conquistados.

Não houve nenhum impedimento de corintiano contra o Fluminense.

Tudo perfeito. A sintonia defensiva do Corinthians fazia crer, aos 37 minutos do segundo tempo, que o que a equipe conseguiria mais um vitória no Engenhão, depois de ter batido o Flamengo por 3 a 0.

A vantagem no placar havia sido conquistada aos 36 minutos do primeiro tempo: Wagner saiu errado, Ralf roubou, avançou, tocou para Emerson que fez a sua parte, mandou uma pancada que desviou em Gum e matou o goleiro Diego Cavalieri.

Depois desse gol, o Corinthians apenas mais 1 única finalização, de Emerson, aos 24 minutos do segundo tempo, em cima do goleiro.

Basicamente, o Corinthians se defendeu. E fez o que faz de melhor: fez serem marcados 5 impedimentos do ataque do Fluminense, 1 errado.

Mas assim como aconteceu com Neymar, assim como aconteceu com Luís Fabiano, uma coisa deu errado. Aos 37 minutos do segundo tempo, Carlinhos avançou pela ponta esquerda e levou com ele a marcação de Edenílson. Carlinhos fez o cruzamento, Alessandro rebateu e, imediatamente, a defesa corintiana formou sua linha de impedimento, também popularmente conhecida como "linha burra".

Só que os corintianos não perceberam que Edenílson não havia conseguido voltar a tempo. Porque tudo sempre funciona perfeitamente, mesmo quando joga a defesa reserva. Tudo é muito bem ensaiado, mas faltou combinar com os russos.

Thiago Neves levantou a bola da esquerda, e Fred entrou em condições e não desperdiçou a chance de se isolar na artilharia do Brasileirão, com 10 gols.

Foram 17 finalizações do Fluminense, 7 certas; 5 finalizações do Corinthians, 2 certas; e 1 a 1 no placar.

Mesmo com o empate do Atlético-MG contra a Ponte Preta, o Fluminense segue como vice-líder.

Com o final do primeiro turno, veja quais são as equipes que mais finalizam e as que mais se destacam em cada fundamento

Terminado o primeiro turno, e lembrando que o Atlético-MG e o Flamengo disputaram 1 jogo a menos, dá para ter uma boa ideia do perfil de cada equipe.

O Grêmio se tornou a equipe que mais finaliza em gol, mas é a 5ª que mais gols fez. O Atlético-MG tem o melhor ataque (33 gols, mesmo com um jogo a menos) e Fluminense e Coritiba o segundo melhor (31). O Botafogo fez 30.

O Internacional tem a equipe que mais assistências fez (128 + 4 tabelas), seguido de perto por São Paulo (125 +1) e Grêmio (122 + 2).

O Figueirense é a equipe que mais finalizações conseguiu a partir de bolas levantadas (19), seguido por Atlético-MG (18) e Corinthians (16).

O Corinthians tem a equipe que mais finalizações conseguiu a partir de cruzamentos (42), sem contar os rebotes (11). Logo depois dele vêm Botafogo (35 e 5) e Portuguesa (34 e 5).

Atlético-MG (que tem um jogo a menos) e Vasco são as equipes que mais conseguiram finalizações a partir de escanteios (21), sem contar os rebotes (2 de cada time). O Atlético-MG conseguiu 2 gols em escanteios, o Vasco, também.

Figueirense e Náutico foram as equipes que mais faltas diretas bateram (35), seguidas por Vasco (33) e Ponte Preta (30).

O Figueirense também é a equipe que mais finalizações conseguir em jogadas individuais (37). O Bahia vem logo depois (32), seguido pelo Santos (28).

O Fluminense foi quem mais conseguiu finalizações a partir de faltas levantadas (17). O Coritiba vem logo depois (13).

Cruzeiro e Fluminense tiveram 5 pênaltis a favor cada. O Cruzeiro fez gol em todos, o Fluminense,  também.







Fluminense desafia Corinthians da melhor linha de impedimento do país para se manter na luta pela liderança; Bahia terá desafio imenso

Na última vez em que jogou no Engenhão, o Corinthians derrotou o Flamengo por 3 a 0. Hoje à noite, volta ao estádio para enfrentar o Fluminense.

E para se manter nos calcanhares do Atlético-MG na disputa pela liderança do Brasileirão, o Fluminense terá de superar a melhor linha de impedimento do Brasil, que no primeiro turno causou a marcação de 87 impedimentos (10 errados), mas que nas duas últimas rodadas foi aniquilada por Neymar e Luís Fabiano.

Muito mais do que com Emerson, será essa a preocupação real do atacante Fred, um dos artilheiros do campeonato. E será também a preocupação do auxiliar-bandeirinha 1 Altemir Hausmann (à direita do vídeo). Hausmann errou ao marcar impedimento Rafael Moura no Gre-Nal do último domingo, aos 47 minutos do segundo tempo. Ele já marcou 35 impedimentos neste Brasileirão, 25 certos, 5 duvidosos e 5 errados. Seu aproveitamento, sem contar os duvidosos, é de 83%.

O auxiliar 2 (à esquerda do vídeo) será Kléber Lúcio Gil, que tem um ótimo aproveitamento de 93%, com 14 impedimentos certos e 1 errado. Dos últimos 6 impedimentos que marcou, 5 não foram reprisados pela TV. Ele conta com 10 impedimentos duvidosos, sendo 4 deles muito difíceis de saber  se acertou (3 resultaram em anulação de gols) e 6 que não tiveram replay.


Outro duelo interessante em relação aos impedimentos será Santos x Bahia. Entre todos os 20 clubes, o Bahia é o que mais vezes foi pego em impedimentos (62, ao lado da Ponte Preta) e o Santos tem a segunda defesa que mais deixa adversários em impedimento (78 vezes).

O Bahia vai precisar de muita atenção, principalmente porque nas últimas rodadas vem crescendo o número de impedimentos marcados contra seus atacantes, embora seu jogo da rodada passada esteja sendo analisado hoje. Veja no gráfico o desempenho dos auxiliares-bandeirinhas que trabalham neste e nos outros jogos.

Abaixo há 2 quadros.

O primeiro mostra o desempenho dos auxiliares na marcação de impedimentos. Use o mouse para rolar a barra lateral e ver a eficiência de auxiliares que não aparecem e para clicar no nome deles e ver outras informações. Coloque a seta sobre as barras para ver o número de impedimentos marcados e o aproveitamento de cada um.

O segundo mostra quantos impedimentos foram marcados contra os ataques de cada time e a favor de suas defesas (impedimentos marcados contra os adversários).

Assim como as 2 últimas rodadas já tiveram muita polêmica sobre impedimentos, esta também promete!

20ª rodada

Quarta-feira
19h30

Santos x Bahia
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique
Auxiliar 1: Ediney Guerreiro Mascarenhas
Auxiliar 2: Rodrigo F. Henrique Correa

Coritiba x Internacional

Árbitro: Péricles Bassols Pegago Cortez
Auxiliar 1: Marco A. Santos Pessanha
Auxiliar 2: Eduardo de Souza Couto


20h30
Náutico x Figueirense

Árbitro: Wagner Reway
Auxiliar 1: Márcio Eustáquio S. Santiago
Auxiliar 2: Guilherme Dias Camilo


Atlético-MG x Ponte Preta

Árbitro: Wilton Pereira Sampaio
Auxiliar 1: Cristhian Passos Sorence
Auxiliar 2: Nadine Schram Câmara Bastos


Portuguesa x Palmeiras

Árbitro: Wilson Luiz Seneme
Auxiliar 1: Anderson J. Moraes Coelho
Auxiliar 2: Herman Brumel Vani


22h

Atlético-GO x Cruzeiro

Árbitro: Márcio Chagas da Silva
Auxiliar 1: Bruno Boschilia
Auxiliar 2: Neuza Ines Back


Fluminense x Corinthians

Árbitro: Sandro Meira Ricci
Auxiliar 1: Altemir Hausmann
Auxiliar 2: Kleber Lúcio Gil


Grêmio x Vasco

Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira
Auxiliar 1: Marcelo Carvalho Van Gasse
Auxiliar 2: Fabrício Vilarinho da Silva



Quinta-feira

21h

São Paulo x Botafogo

Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima
Auxiliar 1: Carlos Berkenbrock
Auxiliar 2: Fábio Pereira


Flamengo x Sport

Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro
Auxiliar 1: Alessandro Álvaro Rocha de Matos
Auxiliar 2: Tatiana Jacques de Freitas







terça-feira, 28 de agosto de 2012

Jogo #185 Com defesa sensacional, Marcelo Grohe garante vitória do Grêmio sobre o Internacional; minha homenagem ao goleiro Félix

Você decide ser goleiro. Vai lá e treina todos os dias se jogando daqui pra lá. Se você é um(a) goleira(o), você sempre pula daqui pra lá. O tempo todo. Na maioria das vezes você pega a bola, porque quem está te treinando joga a bola onde você possa pegar. Se jogar onde você não pode pegar, não vai te treinar. Mas a dificuldade vai aumentando e a bola começa a fugir de você.

Calma. É uma prerrogativa do goleiro.

Você evolui, mas hoje em dia a bola também evolui. Ainda assim, com o tempo ela passa a fugir menos de você. Nos treinamentos. Porque quando você joga, seu adversário procura mandar a bola onde você não possa pegar. Ainda assim, você se torna uma força da natureza e passa a pegar bolas impossíveis. Quando você defende, tem gente que espera o replay para ter certeza de que você fez aquilo.

E aí você passa a ser goleiro de um clube de ponta. Mas você é reserva de um goleiro de nível de seleção brasileira, um talvez com um nível até melhor do que o da seleção brasileira. Depende de quem é o técnico da seleção brasileira e o que ele considera um grande goleiro.

E subitamente, tudo muda. O titular absoluto se transfere para outro clube, que com ele passa a ser líder do campeonato e sério candidato ao título. E a responsabilidade por substitui-lo é sua. Preparou-se para isso, não é? Você treinou todos esses dias.

E você se chama Marcelo Grohe. Está no gol do Grêmio em um Gre-Nal na casa do adversário. E está chovendo desde o início da partida. Todos correndo, menos você, ali, se movimentando para estar pronto. Sob a chuva em um gramado encharcado. A possibilidade de dar algo errado é grande.

Logo aos 6 minutos, a bola é levantada da ponta-esquerda, a defesa corta, a bola é levantada novamente,  o goleiro sai mal do gol, o zagueiro chega primeiro, corta, mas a bola cai no pé de Elano, que com a perna esquerda chuta para o gol vazio. 1 a 0. Desde que ele chegou ao time com Zé Roberto, o ataque passou a ser muito mais eficaz.

Você sorri e comemora até mais do que o gol não ser você o goleiro do lado de lá, responsável pela falha defensiva que resultou em gol.

A primeira finalização em você é bloqueada, mas a segunda, de Forlán, vai no gol, aos 22 minutos. Você o viu disparando quando Leandro Damião fez a assistência da intermediária e dispara em direção a ele, que chega antes na bola, mas quando chuta, acerta o seu peito, que fechava o ângulo de chute do uruguaio.

Mas no minuto seguinte, você não consegue a mesma agilidade. Forlán bateu o escanteio à sua direita, mas a cobrança foi mais longa do que você estava esperando, Leandro Damião sobe sozinho de frente para o ângulo e cabeceia. Por um instante, você não houve nada, há um silêncio absoluto, só existem a bola e a cabeça de Leandro Damião. Você só ouve o "tum!" da cabeçada. A bola passa rente ao travessão.  E, então, um "uhhh!" vindo da arquibancada. Você gosta do que ouve, mais ainda do que vê.

Está chovendo, Leandro Damião cabeceia outra para fora, Kleber bate fraco, em cima de você, uma defesa fácil. Forlán bate mais forte, e você rebate. Damião chuta para fora. Bolívar cabeceia, a defesa corta. Escanteio. Mal batido. Fred tenta de esquerda. Péssimo. Guiñazu recebe de esquerda e bate alta. Longe.

O primeiro tempo acaba, seu time fez 3 finalizações, 2 certas e 1 gol. O adversário fez 10 finalizações, 3 certas e não fez gol em você. Você nem queria que o jogo já tivesse acabado, porque se preparou para os 90 minutos e quer viver cada um daqueles décimos de segundo que decidem a direção da bola.

No vestiário fica decidido que seu time vai se fechar e sair só de vez em quando, mas vai se fechar de forma a não deixar a bola ser mandada ao seu gol. Seu adversário só consegue 4 finalizações: Forlán foi bloqueado, Juan cabeceou para o alto, Fred foi bloqueado e você defendeu um chute fraco de Kleber. E tudo isso (ou só isso) aconteceu até os 18 minutos do segundo tempo.

Continua chovendo e você está ali se mantendo aquecido. Muito molhado, aquilo de dias de chuva. Seu adversário só vai chegar novamente ao seu gol 22 minutos depois, nos quais você só precisou sair do gol para socar 2 vezes a bola. Para sua sorte, você chegou antes do zagueiro.

Aos 41 minutos do segundo tempo, sob chuva, o goleiro que errou o tempo da bola no primeiro tempo e sofreu o gol controla a bola, deixa a área e faz um lançamento perfeito. Ele é canhoto. A bola vai perfeita para Leandro Damião, que manda para o gol. Você não arrisca e defende a bola antes de ela quicar no gramado encharcado. Você já tinha andado aquela área toda...

O jogo está no final. Aos 47 minutos, acontece, enfim, a defesa da sua consagração. Uma defesa impressionante, que para você tem de ser apenas mais uma defesa, todo mundo sabe que foi uma defesa sensacional. Dátolo bate uma falta levantada, Leandro Damião desvia de cabeça e Rafael Moura vem pra cima de você e cabeceia a bola onde você pode defender, mas com uma força que torna a defesa impossível. Mas você espalma a bola. No reflexo. Seus adversários levam as mãos à cabeça (o maior dos elogios possíveis para um goleiro) e seus companheiros pulam em cima de você (o segundo maior dos elogios possíveis para um goleiro).

Mas o bandeirinha dá impedimento e anula o lance. E não estava impedido!

Você fez uma defesa que decidiu o placar de um Gre-Nal aos 47 minutos do segundo tempo, na casa do do Nal, sob chuva, vocês venceram, e o lance foi invalidado. Não vai fazer parte nem das estatísticas. Vai aparecer como um "impedimento errado" de Altemir Hausmann no @FutebolsemChute.

Vida de goleiro é assim... E tem as suas compensações.

Parabéns, Félix Mielli Venerando (24 de dezembro de 1937 - 24 de agosto de 2012). Por suas defesas, pelo título da Copa de 70, no México, e por sua serenidade todos esses anos. Parabéns. E muito obrigado. Porque mesmo quem nasceu depois desse título teve o que comemorar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Jogo #182 Em jogo épico, Ronaldinho Gaúcho volta a ser o craque e faz golaço para o Atlético-MG, mas Cruzeiro empata aos 52 minutos

Saí do Independência com a sensação de que por ali o tempo tinha passado mais devegar do que em todo o resto do planeta. E que se em todo o resto do planeta o tempo também tinha passado mais devagar, a responsabilidade por isso era de Cruzeiro e Atlético-MG. A atmosfera no Independência parecia muito mais densa e até as navalhas, se ainda as houvesse, perderiam o fio ao cortar aquele ar.

Se você nem sabe o que é navalha, imagine que sua rede wi-fi ficaria prejudicada se estivesse no Independência porque os dados teriam maior dificuldade de percorrer o ar por ali. Denso... A sensação que sentia toque a toque na bola era a de que todos nós, jogadores, arbitragem, torcida e imprensa ficamos 90 minutos sem respirar a partir do momento em que o árbitro deu o primeiro apito, em homenagem ao goleiro Félix, morto na semana passada.

Era como se em agradecimento pela lembrança, o espírito do goleiro campeão da Copa de 70 tivesse se mantido agarrado à bola durante toda a partida a partir daquele primeiro apito. A bola rolou mais lenta pelo gramado, esteve mais pesada nas jogadas áreas. E se eu me senti dentro do Independência apesar de estar na frente da TV, a responsabilidade por isso foi de Cruzeiro e Atlético-MG.

Quando o joelho esquerdo de Fabinho se dobrou para o lado e não para a frente em um choque involuntário com Leandro Donizete, eu entendi melhor o que estava se passando: cada disputa, cada toque na bola, carregava junto todo o futuro de todos que estávamos ali no Independência. Cruzeiro e Atlético-MG absorveram o tempo e não havia espaço para erro, desatenção ou corpo mole.


Mas no futebol tempo e espaço se deformam de acordo com a intensidade do jogo e não com a massa dos corpos. Wallyson entrou em campo aos 15 minutos substituindo Fabinho. Aos 16, ele entrou na livre na área do Atlético-MG enquanto pela esquerda Montillo tocava para Everton chutar cruzado em direção à pequena área. Wallyson, meio que de carrinho, sem marcação, completou para o gol. Não havia espaço para erro, mas Wallyson o criou fazendo uma jogada de penetração que Fabinho não estava fazendo. O Atlético-MG não teve tempo para se adaptar.


Se quiser saber qual era exatamente o clima do jogo, veja a reação de Leandro Guerreiro quando o juiz marcou uma simples falta por ele subir se apoiando no ombro de Danilinho, aos 23 minutos de jogo. A questão passa por aqui: nada era simples nesse jogo, principalmente para o Cruzeiro e sua torcida, a única com permissão de ir ao Independência.

Dentre as tensões vividas no primeiro turno que se encerra, com os cruzeirenses escalando o time da arquibancada, estava em jogo a confiança da torcida na equipe. De certa forma, veio muito a calhar Charles estar suspenso para a partida, ele que já bateu de frente com a arquibancada. O Cruzeiro pisava em ovos, e a reação da Leandro Guerreiro dizia muito sobre isso.


Um ponto era certo: o Cruzeiro não podia perder de jeito nenhum.


Quando Bernard encarou o gigante Mateus em um lance onde nem falta houve e se formou um tumulto envolvendo praticamente todos os jogadores, ficou clara a dramaticidade que cercava o clássico mineiro, como seria duro para o Atlético-MG manter a liderança e como seria duro para o Cruzeiro preservar a confiança que o estádio lotado depositava no time.

E o líder foi um time diferente em campo. Não impôs a marcação por pressão que o levou a diversas vitórias. Levantou menos a bola do que contra outros grandes adversários. Não teve aquela correria de esgotar seus jovens e resultar em cãimbras no fim das partidas. O Atlético-MG trocou passes, "valorizou a posse de bola", teve paciência mesmo com a desvantagem no placar.

A bem da verdade, o Atlético-MG foi dissimulado.

As jogadas aéreas estão no DNA desse Galo voador. Trocava passe na esperança de fazer o Cruzeiro se esquecer disso. Aos 42 minutos, conseguiu. A bola veio de pé em pé da defesa até chegar a Ronaldinho Gaúcho, que passou para Jô, que devolveu para Ronaldinho Gaúcho, que aí deu bote: levantou a bola na cabeça de Danilinho, que entrava às costas dos marcadores, vencendo a linha de impedimento, completamente livre para cabecar. Da marca do pênalti, a bola passou raspando a trave esquerda. O goleiro Fábio nem se mexeu.

Deu para sentir o frio subindo à espinha de cada cruzeirense à medida que Danilinho subia para cabecear aquela bola. Um gelo intenso que tomou conta do estádio 5 minutos depois.

Provando que o negócio do Atlético-MG são as jogadas aéreas, Ronaldinho Gaúcho bateu escanteio da esquerda na cabeça de Jô, que desviou para a direita da grande área, de onde Leonardo Silva acertou um chute com curva no ângulo. #Golaço. O ex-capitão do Cruzeiro calou o estádio tomado apenas por cruzeirenses.

Com o time correspondendo em campo, a fúria latente dos torcedores cruzeirense em todos os jogos no Independência se voltou desta vez contra o árbitro. Diversos objetos foram lançados ao campo no ínicio do segundo tempo. A polícia entrou em campo, foi acertada por copos de água, que acertaram também o árbitro.

A partida ficou paralisada por 10 minutos. Quando reiniciada, Bernard e Leandro Guerreiro tinham sido expulsos por terem iniciado a confusão, disputando um pedaço de pão ou de bolo que havia sido jogado da arquibancada em Bernard e que Leandro Guerreiro não queria que ele mostrasse para o árbitro.

Ficou evidente: neste jogo, qualquer coisa que um atleticano quisesse, um cruzeirense ia querer mais, fosse a vitória, a bola dividida ou um pedaço de bolo jogado no gramado aos leões.

Com tanta tensão, aos 36 minutos do segundo tempo o empate já parecia um bom resultado para todo mundo, uma impressão que ficou mais forte quando Ronaldinho Gaúcho escorregou e a sola de sua chuteira direita foi na canela de Wallyson. Ronaldinho Gaúcho parou, se desculpando, o time do Cruzeiro parou, aceitando e querendo o atendimento médico para Wallyson, mas o juiz disse que a bola estava em jogo e a partida tinha de continuar. Então, alguém chutou a bola para fora, o que pareceu o mais certo àquela altura. Mas foi um momento significativo. Nenhum dos dois times queria jogar, apesar dos sinais do árbitro para que o fizessem.

A torcida parecia mais serena. Assim como aconteceu contra a Ponte Preta, na 14ª rodada, quando perseguiu Charles de forma contundente no primeiro tempo e o aplaudiu no segundo, contra o Atlético-MG pareceu ter se dado conta de que estava passando dos limites.

Mas para Mateus, o empate não era o suficiente. Aos 39 minutos, ele ganhou uma dividida de Marcos Rocha e se mandou para o ataque. Conquistou um arremesso lateral (porque neste jogo cada evento foi uma conquista) e agitou os braços chamando a torcida a se manifestar.

Invertia, assim, o que se viu em todo o primeiro turno, quando a torcida cobrou empenho do time. Agora, era Mateus quem exigia o empenho do torcedor cruzeirense.

Coincidência, talvez, mas depois da demonstração de gana de Mateus, o jogo mudou.

No minuto seguinte, Lucas Silva colocou ótima bola para Borges se livrar da marcação e mandar um chutaço para o gol. O goleiro Victor falhou, deixou a bola passar sob seu corpo, mas conseguiu desviá-la o suficiente para que saísse raspando o pé da trave esquerda. Após a cobrança do escanteio, a torcida se inflamou e voltou a cantar forte, mostrando seu apoio.

Aos 43 minutos, Pierre deu um pontapé em Montillo e foi expulso. A torcida cruzeirense foi à loucura.

Mas por pouco tempo.

Eu tinha escrito que o clássico havia absorvido o tempo, não foi? Aos 44 minutos e 44 segundos, alguma conjunção astral se formou no meio-campo do Independência, e Ronaldinho Gaúcho viajou no tempo. Voltou a ser o Ronaldinho Gaúcho de 2003, aquele que levava defesas no arrasto e disparava do meio-campo para fazer gols pelo Barcelona. Como diz meu pai, quem nasce foto não morre negativo (muito menos nesses tempos de foto digital, acrescento).

Aos 44'44", Marcos Rocha tocou para Ronaldinho Gaúcho dominar pouco antes da linha do meio-campo. E o craque simplesmente se esqueceu de que o tempo havia passado, se esqueceu da Copa de 2006, e simplesmente, assim de repente, voltou a ser o Ronaldinho Gaúcho que o mundo queria (e ainda quer) reverenciar.

Possesso, passou por Marcelo Oliveira sem tomar conhecimento de sua existência, assim como por Lucas Silva, à frente da meia-lua, e novamente por Marcelo Oliveira, que insisita em se materializar, agora na esquerda da grande área, 7 segundos depois.

Quando se viu livre, o canto direito do gol estava completamente aberto, e Ronaldinho Gaúcho colocou a bola ali como se nada tivesse acontecido até então.

Ronaldinho Gaúcho disputa bola com Leandro Guerreiro. Foto Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

O futebol não é muito disso, mas o estádio inteiro devia ter se levantado e aplaudido. Felizmente, eu só me sentia no Independência, onde só havia cruzeirenses por razões de segurança. Minha vida estaria em risco só por eu pensar que Ronaldinho Gaúcho deveria ser aplaudido em pé pelo que havia acabado de fazer, aos 44 minutos do segundo tempo da última rodada do primeiro turno, aos 32 anos. Aplaudo daqui, porque o que ele fez merece. Parabéns, Ronaldinho Gaúcho. Era só (?) isso que queríamos de você.

Até o goleiro Victor pareceu dar um sorriso, ele que não é afeito a essas extravagâncias. A alegria de Réver era genuína. À aquela altura, o jogo parecia ganho.

Não estava. Diferentemente do que se podia esperar da torcida do Cruzeiro depois de tantas rusgas e de tantas perseguições e de tanta pressão nos jogos de seu time no Independência, ela começou a cantar.

Saiu Ronaldinho Gaúcho e com ele a magia do Atlético-MG naquele momento.

Entrou Anselmo Ramon no Cruzeiro.

"Zei... ro... Zei... ro... Zei... ro..."

Lembra-se de que Mateus cobrou apoio e incentivo da torcida?

Aos 56 minutos do segundo tempo (porque o jogo ficou parado por 10 minutos), com o Atlético-MG com 8 jogadores em campo enquanto Júnior César era atendido fora, Mateus retribuiu.

Montillo entrou pela esquerda da grande área e colocou no pé do zagueiro Mateus para ele tocar para o gol. Épico! Para sempre.

domingo, 26 de agosto de 2012

Jogo #181 Mesmo pego em 9 impedimentos, Luís Fabiano insiste, faz 2 gols e São Paulo vence Corinthians de virada no Pacaembu

A equipe de manutenção do Pacaembu deve ter temido pelo pior. Com um jogo eletrizante, não seria surpresa se uma sobrecarga desligasse refletores e placar eletrônico.

Luís Fabiano decidiu o jogo com 2 gols na vitória de virada por 2 a 1.

Luís Fabiano correu tanto que no finalzinho teve de ser substituído, com cãimbras.

Luís Fabiano correu tanto que foi pego em 9! impedimentos (1 deles mal marcado e 2 duvidosos).

No total, o São Paulo teve 11! impedimentos marcados, contra apenas 2 do Corinthians.

Mas assim como já havia acontecido na semana passada, contra o Santos, a melhor linha de impedimento do Brasil foi superada. Um jogo que deixa claro por que a linha de impedimento também é conhecida como "linha burra".

5 minutos depois de o auxiliar Herman Brumel Vani ter errado ao marcar impedimento de Luís Fabiano, o atacante disparou em condições legais, já que Alessandro não saiu com a linha de impedimento, driblou o goleiro Cássio e da direita da grande área tocou para o gol aberto.

Erro feio da defesa. Erro feio da melhor linha de impedimento do Brasil, que já deixou 87 vezes adversários impedidos em 19 jogos.

Curioso, porque o jogo começou com a defesa do Corinthians acertando tudo, e a defesa do São Paulo errando tudo. Se atrapalhou ao tentar sair jogando logo aos 5 minutos do primeiro tempo, Paulinho tomou a bola de Paulo Assunção e tocou para Emerson chutar para o gol.

E o que não faltaram foram oportunidades para o Corinthians ampliar a vantagem.

Aos 7 minutos, Paulinho roubou outra bola, mas ao invés de tocar novamente para Emerson, arriscou a finalização, e Rogério Ceni salvou com a perna esquerda.

Aos 12 minutos, Emerson pegou uma rebatida de cruzamento de Danilo e mandou uma pancada rasteira, mas, infelizmente para ele, onde Douglas, do São Paulo, estava caído no gramado com Romarinho. A bola bateu nele e subiu.

O São Paulo não conseguia atacar por 2 motivos: o Corinthians pressionava a saída de bola e, ao avançar a marcação, deixava os adversários em impedimento. Aos 23 minutos, Luís Fabiano já havia sido pego em 4 impedimentos, e a única finalização do São Paulo tinha sido de Denilson, bloqueada.

Mas a defesa do Corinthians cometeu seu primeiro erro. Luís Fabiano tocou para Lucas, que deu um drible desconcertante em um adversário na intermediária e passou de volta para Luís Fabiano bater cruzado da direita da grande área.

Era o começo de uma festa que os são-paulinos não vão esquecer tão cedo. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Grêmio se torna a equipe que mais conclusões a gol realiza no Brasileirão; juntos, Elano e Zé Roberto participam de 44% delas

Na apresentação da 10ª rodada, quando se olhava o quadro abaixo, que coloca as equipes por ordem de número de conclusões a gol e mostra como elas fazem isso, o Grêmio estava na 14ª colocação.

Agora, o Grêmio é o líder, a equipe que mais vezes tentou o gol. Uma mudança e tanto.

Zé Roberto estreou  pelo Grêmio na 7ª rodada, na derrota em casa para o Atlético-MG por 1 a 0.

Elano estreou na 9ª rodada, na vitória fora de casa sobre o Cruzeiro por 3 a 1.

Zé Roberto fez 9 finalizações, 2 certas, ainda não fez gol. Outras 18 finalizações ocorreram graças a assistência (11), cruzamento (4) ou escanteio (3) cobrado por ele.

Elano fez 31 conclusões a gol, 7 certas, 2 gols (1 de pênalti). Outras 22 finalizações aconteceram graças a assistência (14), bola levantada (1), cruzamento (2), escanteio (4) ou falta levantada (1) por ele.

Foram 3 assistências de um para o outro finalizar.

Participaram de 77 de todas as 261 finalizações do Grêmio (30%).

Contando apenas as finalizações realizadas após a estreia de Zé Roberto, participaram de 77 de 177 finalizações (contando também faltas diretas e pênaltis). A participação sobe para 44%.

Se consideradas apenas as partidas realizadas após a estreia de Elano, participaram de 67 de 153 finalizações (44%).

Mudaram a cara do Grêmio, hoje 4º colocado no campeonato, e o tornaram um sério candidato ao título.

Neste final de semana, enfrenta seu maior rival, o Internacional, 5º colocado, outro sério candidato ao título.

Um desafio e tanto. Para todos.

Veja abaixo como está o desempenho do seu time e o do seu adversário neste fim de semana.



terça-feira, 21 de agosto de 2012

Auxiliar de Corinthians x São Paulo já favoreceu o São Paulo 2 vezes e tem desempenho parecido com o do que errou no último domingo

A CBF escalou Herman Brumel Vani para trabalhar como auxiliar 2 no clássico Corinthians x São Paulo. Ele já marcou 2 impedimentos errados no Brasileirão e ambos favoreceram o São Paulo: errou 1 lance fácil, contra o Santos em São Paulo 1x0 Santos, e 1 difícil, contra a Portuguesa em Portuguesa 1x0 São Paulo).

Seu aproveitamento é de 80% de acerto nos impedimentos marcados (8 certos e 2 errados). Ele marcou também 2 duvidosos, que não são computados no Índice Bandeira Branca do Futebol sem Chute.

Herman Brumel Vani não trabalha na Série A desde a 9ª rodada, quando bandeirou Figueirense 3x4 Atlético-MG. O clássico é parte da 19ª rodada.


Corinthians x São Paulo vai acontecer 1 semana após o erro de Emerson Augusto de Carvalho, que não apontou os impedimentos no lance que resultou no segundo gol do Santos na vitória por 3 a 2 sobre o Corinthians.

Emerson Augusto de Carvalho apontou 38 impedimentos neste Brasileirão. Foram 27 certos e 7 errados, além de 4 duvidosos (3 difíceis e 1 não não mostrado pela TV de forma a ser analisado). Seu aproveitamento é de 79% de acertos no Índice Bandeira Branca e tem a seu favor ter marcado quase 4 vezes a quantidade de impedimentos apontados por Hermam Brumel Vani.


No clássico do próximo domingo, no Pacaembu, às 16h, o auxiliar 1 será Marcelo Carvalho Van Gasse, que também trabalhou em Santos x Corinthians. Ele apontou 1 impedimento, de Neymar, e acertou na marcação.

Em todo o Brasileirão-2012, Van Gasse marcou 23 impedimentos, 21 certos e 2 duvidosos. Ele tem 100% de aproveitamento no Índice Bandeira Branca do Futebol sem Chute.

O árbitro de Corinthians x São Paulo será Wilson Luiz Seneme, considerado o melhor árbitro do último Campeonato Paulista.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

'InVictor', Atlético-MG assegura melhor campanha do primeiro turno ao conseguir virada e derrotar o Botafogo em Belo Horizonte

"InVictor", e com um jogo a menos que os rivais diretos, o Atlético-MG já é campeão do primeiro turno.

O termo não é novo, está ligado ao goleiro Victor desde que ele estava no Grêmio, mas no Galo ele passou a fazer mais sentido do que antes.

O goleiraço disputou 6 jogos do Brasileirão-2012 pela equipe gaúcha, ficou 4 deles sem levar gol e nos outros 2 jogos, sofreu 3 gols. O Grêmio tinha a melhor defesa da competição no final de junho, mas mesmo com o ele no gol, tinha perdido na estreia para o Vasco (1 a 2) e para o Náutico (0 a 1).

Titular do Atlético-MG desde a 8ª rodada (o jogo da 14ª, contra o Flamengo, foi adiado), não perdeu um jogo sequer. Foram 8 vitórias e 2 empates. Com ele, o Atlético-MG está "inVictor".

Foto: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro


Vale lembrar: o Galo já foi derrotado no Brasileirão-2012, pelo São Paulo, por 1 a 0, no Morumbi, mas o goleiro era Giovanni, que não pode fazer nada para evitar o gol de Luís Fabiano.

Com Victor no gol em 10 jogos, foram 106 finalizações contra o Atlético-MG, mas apenas 27 foram certas, porque o Galo tem a segunda melhor defesa do campeonato e não se resume ao goleiro.

Dessas 27 finalizações certas, 8 entraram no gol (1 de pênalti) e 5 ele evitou com defesas difíceis (2 contra a Portuguesa, 1 contra o Santos e 2 contra o Fluminense). O Atlético-MG não levou gol contra Portuguesa, Santos, Fluminense, Coritiba e Vasco, metade dos jogos disputados por ele.

As outras 14 finalizações, a grosso modo, foram em cima dele, menos difíceis de serem defendidas.

Contra o Botafogo não teve jeito. A defesa cometeu 2 erros que quase custaram pontos preciosos na classificação.

Aos 35 minutos do primeiro tempo, o Botafogo conseguiu 1 desarme no meio-campo e bola sobrou para Andrezinho, que disparou e colocou na direita da grande área para Elkeson tentar uma assistência na pequena área. A defesa cortou, mas a sobra ficou para Andrezinho chutar no gol. A bola veio alta e ele chutou para o chão. O quique da bola matou o goleiro.

E aos 35 minutos do segundo tempo, Andrezinho cobrou pênalti cometido por Leonardo Silva com uma falta por trás em Rafael Marques.

Mas o Atlético-MG tem também o melhor ataque do Brasileirão-2012, mesmo com um jogo a menos.

Conseguiu o empate aos 42 minutos do segundo tempo, com Escudero aproveitando um rebote, virou aos 8 do segundo tempo, com Jô completando uma assistência de Ronaldinho Gaúcho, e teve tranquilidade para conseguir um golaço aos 42 minutos do segundo tempo: Carlos César tocou de calcanhar e Neto Berola deu uma cavadinha para vencer o goleiro Jefferson, um dos que passaram recentemente pela seleção brasileira.

O Atlético-MG está com um time avassalador, que aproveita muito bem a juventude de uns e a experiência de outros e se dedica com a mesma paixão para atacar e defender, tornando mais fácil a vida de InVictor.

Mas não há dúvida: o goleirão impõe muito respeito e se encaixou como uma luva nessa defesa.

domingo, 19 de agosto de 2012

Santos decifra enigma e linha de impedimento do Corinthians é devorada por Neymar e pelo auxilar Emerson de Carvalho

Decifra-me ou te devoro, propõem as linhas de impedimento de Corinthians e Santos, as mais eficientes em anular ataques adversários deixando-os em impedimento.

E só no primeiro tempo, o ataque corintiano teve 4 impedimentos marcados (1 errado, 1 duvidoso, 2 corretos). Nesse quesito, o Corinthians foi devorado. E de virada.

O Timão saiu na frente em uma falta levantada, aos 28 minutos de jogo. Douglas cobrou da intermediária na cabeça de Danilo, que da direita da grande área cabeceou livre para o gol, sem chance para o goleiro Rafael.

O placar da Vila Belmiro mostrava 1 a 0 para o Corinthians. O placar de impedimentos mostrava 4 a 1 a favor do Santos (Romarinho, Fábio Santos, Guerrero e Paulinho contra 1 de Neymar).

Para impedir que o Santos marcasse o gol de empate, o Corinthians fez o que sabe de melhor.  Pôs em prática a linha de impedimento. Aos 36 minutos, Neymar recebeu no meio-campo e partiu com a bola dominada pela direita. Nada menos que 4 jogadores do Corinthians pararam de repente e entrou em impedimento pela esquerda e Pato Rodrigues pela direita, mas Neymar desvendou o mistério: ao invés de fazer o passe, como se espera de qualquer mortal, ele disparou para dentro da grande área e quando fez a assistência, tocou a bola para trás.

Desgraçadamente, não há impedimento quando um jogador está atrás da linha da bola...

E André tocou a bola para o gol vazio.

Essa mesma jogada se repetiu aos 33 minutos do segundo tempo, com Miralles se colocando em posição de impedimento, mas a defesa conseguiu desarmar Neymar dessa vez.

Decifrada pelo talento de Neymar, a linha de impedimento do Corinthians ficou desacreditada. Aí se juntaram as combinações explosivas para os estádios de todo o país: uma equipe que aposta cegamente em sua capacidade de deixar atacantes impedimentos e um auxiliar-bandeirinha que já cometeu muitos erros no campeoanto.

Aos 2 minutos do segundo tempo, Léo cruzou da esquerda, em posição de impedimento, Bruno Rodrigo cabeceou da direita para a esquerda, onde entrava Durval, que se esticou todo para desviar para André, também impedido, completar para o gol. O auxiliar 2, Emerson Augusto de Carvalho, não viu nenhum dos impedimentos e validou o gol irregular...

Emerson Augusto de Carvalho já tinha marcado antes dessa partida 33 impedimentos, sendo 24 certos, 3 duvidosos e 6 errados, um aproveitamento de 80% nos acertos, já que os duvidosos não são considerados.

Ao menos no que pode ser registrado, ele ainda não tinha deixado de marcar nenhum impedimento que tivesse ocorrido, ainda que esses lances sejam mais difíceis de detectar se não houver gol no lance. Há 16 registrados pelo Futebol sem Chute. Nenhum envolvendo Emerson Augusto de Carvalho.

Para quem acha que "roubado é mais gostoso" foi um prato cheio.

Mas com a perseverança característica desse elenco, o Corinthians conseguiu empatar aos 35 minutos do segundo tempo. Martínez fez jogada individual pela esquerda e bateu cruzado, para alegria da Fiel corintiana, que claramente não contava com mais uma falha de marcação de sua equipe.

Aos 38 minutos, Neymar cobrou escanteio da direita e Bruno Rodrigo subiu muito e cabeceou sozinho para o gol.

Na Vila Belmiro, o Corinthians estava devorado de vez.

Como Santos e Corinthians atacam e são atacados quando jogam em casa e fora como no clássico deste domingo

O que mais diferencia o Corinthians que joga como visitante do Corinthians que joga como mandante até aqui no Brasileirão-2012 são as cobranças de falta.

O Corinthians fez 10 cobranças de falta direta em 17 jogos e 9 delas foram feitas quando jogava no Pacaembu. A única feita como visitante ocorreu no domingo passado, contra o Coritiba, e Chicão chutou na barreira.

Mesmo quando os adversários fazem falta frontais, próximas à meia-lua, elas são cobradas levantadas na área. Foram 13 assim, e todas foram cortadas pela defesa adversária (menos 1 desviada para trás por 1 corintiano). Foram 7 como mandante e 6 como visitante.

O Corinthians venceu apenas 2 jogos como visitante (Flamengo 0x3 Corinthians, em 18 de julho, e Coritiba 1x2 Corinthians, domingo passado).

O Santos também levantou 13 faltas frontais próximas à meia-lua e houve 2 finalizações. Nenhuma certa. Foram 6 como mandante e 7 como visitante.

E, incrivelmente, o Santos também bateu 10 faltas diretas, fez 1 gol, com Felipe Anderson (Santos 4x2 Grêmio) e obrigou 3 defesas difíceis. Foram 7 como mandante e 3 como visitante.







sábado, 18 de agosto de 2012

Jogo #170 Ceni e Lucas dão a volta por cima, e Osvaldo completa noite de gala do São Paulo com golaço contra a Ponte Preta

Se um dia estiver começando um jogo da Ponte Preta e você quiser impressionar alguém com seus conhecimentos sobre futebol, diga o seguinte: "Aposto que o Roger vai ser pego em impedimento antes dos 15 minutos de jogo."

O atacante Roger começou como titular 14 dos 18 jogos da Ponte Preta. E foi pego em impedimento antes dos 15 minutos 7 vezes. Até os 16 minutos foram 8.

É incrível como ele entra desconcentrado em campo. Acho até que já escrevi sobre isso.

Contra o São Paulo, não só Roger teve um impedimento (mal marcado) aos 15 minutos como aos 19 minutos fez 1 pênalti absurdo: subiu na grande área para cortar 1 bola levantada e colocou o braço na bola. Tão descabido, que o árbitro não atentou. Só apitou o pênalti porque o adicional 2, Marcelo Aparecido R. de Souza, o avisou.

E aí começou a redenção são-paulina. Depois de falhar feio ao fazer um gol contra na partida de meio de semana contra o Náutico, Rogério Ceni bateu muito bem o pênalti e fez 1 a 0.

"Não tem culpado. Os culpados somos todos nós", disse Roger após a partida. Claro, é verdade. Tanto que a equipe não conseguiu reverter o placar.

Em ritmo lento, o São Paulo controlava o jogo, e aos 25 minutos, ampliou o placar.

Mais uma volta por cima. Após o fracasso nos Jogos Olímpicos, muito muito por responsabilidade sua, Lucas mostrou porque já está negociado com o Paris St-Germain. Lucas tocou para Jadson, que tocou para Ademilson, que tocou para Lucas, que da frente da meia-lua mandou uma pancada para o gol. Entrosamento é como andar de bicicleta, não se esquece.

Muito menos inspirada, a Ponte Preta tentava em jogadas aéreas o que não conseguia com a bola rolando. Não fez nenhuma assistência no primeiro tempo, fez 12 jogadas aéreas, 1 finalizada, mais 2 finalizações em jogadas individuais e nada de gol. Nem de assustar o goleiro-artilheiro.

No segundo tempo, o São Paulo se deu ao luxo de fazer substituições para poupar jogadores para enfrentar o Corinthians na próxima rodada.

Quando não se esperava mais nada, Osvaldo brilhou. Aos 41 minutos do segundo tempo, passou com categoria entre 3 marcadores, quase foi derrubado, se equilibrou e da direita da meia-lua mandou um chutaço no ângulo esquerdo.

Perfeito para encerrar o sábado e uma semana doída.

Após folgarem no meio de semana, alguns dos melhores auxiliares-banderinhas do país voltam a trabalhar, mas só no domingo

Os melhores estão de volta! Depois de uma rodada repleta de auxiliares estreantes, os bandeirinhas de melhor desempenho do campeonato estarão trabalhando na 18ª rodada do Brasileirão, a penúltima do 1º turno.

Mas só no domingo...

Os jogos do sábado serão bandeirados por "bandeiras amarelas" segundo o Índice Bandeira Branca, que classifica os auxiliares de acordo com seu histórico de acerto na marcação de impedimentos na competição.

De zero a 40% de acerto, bandeira vermelha. De 40,1% a 80%, bandeira amarela. E de 80,1% de acerto até 100%, bandeira branca, pela paz nos estádios.

Fluminense e Sport tem um auxiliar no limite máximo do amarelo e outro com desempenho bem inferior, mas ainda "bandeira amarela".

Em Náutico x Bahia, ambos auxiliares vêm de desempenho mediano.

E São Paulo x Ponte Preta é o único da rodada que conta com um estreante: Ricardo Pavanelli Lanutto trabalha pela primeira vez no Brasileirão-2012. E Alex Alexandrino, trabalhou em 1 única partida, Ponte Preta 1x0 Palmeiras. Marcou 2 impedimentos apenas, mas acertou ambos.

No domingo, a história é bem diferente. Alguns dos melhores bandeirinhas do país voltam à cena.

O clássico Santos x Corinthians terá como auxiliar 1 (à direita do vídeo) Marcelo Carvalho Van Gasse, que dos 22 impedimentos que marcou, acertou 20 e os outros 2 são considerados duvidosos porque a TV não mostrou os lances de forma que pudessem ser avaliados, ambos em Coritiba 2x3 Botafogo.

À esquerda do vídeo estará Emerson Augusto de Carvalho, o segundo auxiliar que mais impedimentos marcou na competição. O desempenho dele você vê nos gráficos. Use o mouse. Coloque a seta sobre as barras para ver nomes e números de desempenho dos auxiliares.

É ótimo que a partida reúna 2 auxiliares que já marcaram tantos impedimentos, pois Corinthians (74) e Santos (72) são as equipes que mais deixam adversários em impedimento neste Brasileirão. Vamos ver como se comportarão se enfrentando.

No quesito eficiência dos auxiliares, o clássico carioca é o mais bem servido. Na média de desempenho da dupla, Flamengo x Vasco é o jogo que reúne os melhores auxiliares entre todas as partidas desta rodada. O Vasco é uma das equipes que mais vezes deixa adversários em impedimento.


Veja quem trabalha em cada jogo e clique no gráfico para ver o desempenho deles.



18ª rodada

Sábado

18h
Náutico x Bahia

Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro
Auxiliar 1: Janette Mara Arcanjo
Auxiliar 2: Marcus Vinícius Gomes

Fluminense x Sport
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden
Auxiliar 1: Tatiana Jacques de Freitas
Auxiliar 2: Rafael da Silva Alves

21h
São Paulo x Ponte Preta
Árbitro: Rodrigo Guarizo F. do Amaral
Auxiliar 1: Alex Alexandrino
Auxiliar 2: Ricardo Pavanelli Lanutto

Domingo

16h
Santos x Corinthians
Árbitro: Flávio Rodrigues Guerra
Auxiliar 1: Marcelo Carvalho Van Gasse
Auxiliar 2: Emerson Augusto de Carvalho 

Atlético-MG x Botafogo
Árbitro: Anderson Daronco
Auxiliar 1: Altemir Hausmann
Auxiliar 2: Bruno Boschilia

Coritiba x Cruzeiro
Árbitro: Francisco Carlos Nascimento
Auxiliar 1: Carlos Berkenbrock
Auxiliar 2: Kléber Lúcio Gil

Grêmio x Figueirense
Árbitro: Wilson Luiz Seneme
Auxiliar 1: Fabrício Vilarinho da Silva
Auxiliar 2: Thiago Gomes Brígido

Portuguesa x Internacional
Árbitro: Nielson Nogueira Dias
Auxiliar 1: Fábio Pereira
Auxiliar 2: Guilherme Dias Camilo

Flamengo x Vasco
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique
Auxiliar 1: Rodrigo Pereira Jóia
Auxiliar 2: Ediney Guerreiro Mascarenhas

Atlético-GO x Palmeiras
Árbitro: Sandro Meira Ricci
Auxiliar 1: Alessandro A. Rocha de Matos
Auxiliar 2: Márcio Eustáquio S. Santiago



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Jogo #164 Linha de impedimento anula Internacional, e Corinthians marca o primeiro gol no Brasileirão a partir de um passe de Douglas

Quando a fase é boa, até linha de impedimento a torcida comemora. E nesse quesito, a torcida corintiana tem muito a comemorar. Terminado o jogo contra o Internacional, o Corinthians já deixou adversários impedidos 74 vezes e os jogadores corintianos foram pegos em impedimento apenas 24 vezes em 17 jogos.

Nenhuma outra defesa é tão eficiente em deixar adversários em impedimento. E isso foi muito útil contra o Internacional. Aos 39 segundos de jogo, Nei cruzou da direita e Rafael Moura fez 1 gol para o Internacional que foi corretamente anulado por impedimento.

O atacante Rafael Moura tinha jogado 51 minutos e 4 segundos pelo Fluminense neste Brasileirão e nenhum impedimento foi marcado. Mas ao enfrentar a afiada defesa corintiana, 5 impedimentos dele foram marcados: 3 no primeiro tempo e 2 no segundo tempo.

Anulado o ataque do Internacional, o Corinthians só precisaria encaixar 1 bom ataque. Conseguiu isso aos 23 minutos do segundo tempo, quando Douglas bateu uma falta levantada e Paulo André cabeceou no ângulo. Assim como em rodadas anteriores, é finalizando do lado esquerdo da grande área que se chega ao gol contra o Interancional. O Corinthians soube explorar.

Contando assistências, bolas levantadas, cruzamentos, escanteios, faltas levantadas e lançamentos, Douglas já tinha colocado 132 vezes a bola em busca de um companheiro, 24 delas foram finalizadas, mas foi o primeiro gol marcado pelo Corinthians na Série A depois de um passe dele.

Veio em excelente hora.

2 das melhores equipes do país, Corinthians e Internacional têm potencial para fazer um jogaço no Pacaembu; veja de onde finalizam

2 das melhores equipes do país se enfrentam hoje no Pacaembu, às 21h.

2 excelentes defesas e ataques muito eficientes. Mas isso você já sabe.

O que talvez não saiba é de onde essas equipes tentam o gol e por onde os adversários conseguiram furar o bloqueio defensivo.

Está nos gráficos abaixo. São os números na realidade de hoje à noite: o que aconteceu nos jogos em que o Corinthians atuou em casa e nos que o Internacional jogou como visitante.

Quando chutaram da grande área direita, os adversários do Internacional acertaram mais o gol, mas foi quando finalizaram da esquerda que fizeram mais gols. O Corinthians fez 3 gols da pequena área, mas o Internacional não sofreu nenhum.

Quando teve de chutar de fora da área, o Corinthians fez isso mais pelo meio e pela direita. Mas os adversários do Inter tiveram dificuldades por esse lado. Foi pela esquerda que finalizaram mais.

Os adversários do Corinthians praticamente não conseguiram acertar o gol quando chutaram de fora da área, mas o Internacional tem pontaria melhor nos chutes longos.

O Corinthians ganhou 3 de seus 8 jogos como mandante (Cruzeiro, Náutico e Palmeiras). Perdeu para Botafogo e Fluminense.

O Internacional ganhou 3 de seus 7 jogos como visitante (Palmeiras, Figueirense e Sport). E perdeu para o Atlético-MG.

Em 8 jogos como mandante, o Corinthians fez 132 conclusões em gol (17 por jogo), sendo 46 certas (35%) e 10 gols (2 de pênalti).

Em 7 jogos como visitante, o Internacional fez 88 conclusões em gol (13 por jogo), 34 certas (39%) e 9 gols (1 contra, no Sport).

Nessas 8 partidas como mandante, o Corinthians sofreu 52 finalizações (7 por jogo), 17 certas (33%) e 8 gols (1 contra, para o Botafogo).

E nos 7 jogos como visitante, o Internacional sofreu 87 finalizações (12 por jogo), 30 certas (34%) e 7 gols (1 de pênalti).










quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Auxiliares estreantes na Série A vão trabalhar em 7 dos 10 jogos da 17a rodada; nos outros 3, haverá bandeiras de desempenho modesto

A 17ª rodada do primeiro turno do Brasileirão é uma incógnita, pelo menos no que se refere à marcação de impedimentos.

Das 10 partidas, 7 contarão com auxiliares-bandeirinhas que vão trabalhar na Série A pela primeira vez neste ano. Uma chance e tanto para eles.

Os outros 3 jogos que não contam com estreantes oferecem uma nova oportunidade para bandeirinhas com um desempenho modesto. Marcaram poucos impedimentos, mas ainda assim já cometeram erros.

O desempenho nas rodadas anteriores você vê nos gráficos. Use o mouse para visualizar nomes e informações correspondentes às barras. Basta colocar a seta sobre elas.


Quarta-feira

19h30
Grêmio x Portuguesa
Árbitro: Antônio Denival de Morais
Auxiliar 1: Luiz H. Souza Santos Renesto (baixo desempenho)
Auxiliar 2: Arestides Pereira da Silva Jr. (estreante)

Cruzeiro x Fluminense

Árbitro: Paulo H. Godoy Bezerra 
Auxiliar 1: Angelo Rudimar Bechi (estreante)
Auxiliar 2: Helton Nunes (nenhum impedimento marcado)


20h30
Atlético-GO x Atlético-MG

Árbitro: Marcos André Gomes da Penha
Auxiliar 1: Fabiano da Silva Ramires 
Auxiliar 2: César Augusto de Oliveira Vaz (estreante)


Ponte Preta x Bahia

Árbitro: Wagner dos Santos Rosa
Auxiliar 1: Jackson L. Massarra dos Santos (baixo desempenho)
Auxiliar 2: Paulo César Silva Faria 


21h50
Botafogo x Sport

Árbitro: Antônio Rogério Batista do Prado
Auxiliar 1: Carlos Nogueira Júnior 
Auxiliar 2: Bruno Salgado Rizo (médio desempenho)


Palmeiras x Flamengo

Árbitro: Célio Amorim
Auxiliar 1: Rosnei Hoffmann Scherer 
Auxiliar 2: Ezequiel Barbosa Alves (estreante)


Náutico x São Paulo

Árbitro: José de Caldas Souza
Auxiliar 1: Carlos Emanuel Manzolillo (estreante)
Auxiliar 2: Lúcio R. da Silva Mattos (estreante)



Quinta-feira
21h
Vasco x Coritiba

Árbitro: Jailson Macedo Freitas
Auxiliar 1: Luiz Carlos Silva Teixeira 
Auxiliar 2: José Carlos Oliveira dos Santos (estreante)


Corinthians x Internacional

Árbitro: André luiz de Freitas Castro
Auxiliar 1: Cristhian Passos Sorence
Auxiliar 2: Márcio Soares Maciel (estreante)


Figueirense x Santos

Árbitro: Emerson de Almeida Ferreira
Auxiliar 1: Marcus Vinícius Gomes
Auxiliar 2: Celso Luiz da Silva (médio desempenho)