terça-feira, 9 de outubro de 2012

Jogo #277 Pressão insuportável do Grêmio no 2º tempo causa 2 erros da defesa do Cruzeiro e 1 de auxiliar que dá impedimento em lateral


Quem nunca jogou futebol não consegue ter ideia do desgaste mental que a movimentação dos adversários causa em quem se propõe a fazer uma marcação defensiva séria. Evidentemente, quem já jogou futebol, mas só se preocupou com o ataque, também não faz ideia do que se trata.

Não é à toa que equipes como o atual Fluminense aproveitam a vantagem no placar para recuar e exercitar a defesa. Enquanto suportam a pressão do adversário, se condicionam. E cada vez mais o futebol brasileiro, sem abrir mão da qualidade ofensiva, sua característica internacional, exige aplicação defensiva. É o que difere os clubes que têm condições de ser campeões dos que não têm.

É um caminho sem volta.


E a insuportável pressão que o Grêmio fez no segundo tempo do confronto contra o Cruzeiro, no Olímpico, deixou esgotado até mesmo quem só assistia à partida. O que dizer então da defesa cruzeirense e, pior, muito pior, do auxiliar-bandeirinha Rogério Pablos Zanardo e do árbitro Jailson Macedo Freitas.

A começar pelo pior, muito pior.

Aos 9 minutos e 34 segundos do segundo tempo, com o Grêmio perdendo por 1 a 0 em casa, o estádio abarrotado e o Grêmio já exercendo sua pressão, que já tinha causado 2 cartões amarelos para os cruzeirenses Léo e Thiago Carvalho por faltas em Kléber depois do intervalo, Anderson Pico levantou a bola da esquerda da intermediária, e o auxiliar Rogério Pablos Zanardo não marcou impedimento do atacante.

A defesa cruzeirense se recuperou, desarmou Kléber e se voltou para o auxiliar, que parece ter sentido a pressão.

Apenas 17 segundos depois, Zanardo marcou impedimento de Kléber ao receber um arremesso lateral (só para lembrar, não existe impedimento em arremessos laterais). Para piorar, muito piorar, o árbitro Jailson Macedo Freitas confirmou o impedimento. E, aí, foi o time do Grêmio que se revoltou.

Enquanto Zanardo gesticulava que se concentrava na posição da linha de impedimento do Cruzeiro, o árbitro se deu conta do que havia feito e deu bola ao chão.

Lamentável.

A pressão era tamanha que nesses quase 10 minutos, o mais longe que a bola esteve da defesa do Cruzeiro foi a linha do meio-campo ou pouco depois dela. Só dava Grêmio no ataque, Grêmio no ataque, Grêmio no ataque.

E assim continuou, com exceção de 1 bola levada ao ataque pelo Cruzeiro, prontamente devolvida, e de 1 paralisação do jogo, aos 7 minutos, quando Leandro caiu sobre o tornozelo direito de Pará, um lance que acabou mudando o jogo. Aos 11 minutos, Pará teve de ser substituído e em seu lugar entrou Diego Renan.

A pressão deu resultado aos 21 minutos, quando foi a vez de a defesa cruzeirense errar a marcação de 1 impedimento. Os defensores saíram em bloco para deixar Marcelo Moreno impedido pela direita, mas Diego Renan, que tinha entrado 10 minutos antes, ficou parado e deu condições de jogo para Marcelo Moreno receber bola levantada por Marco Antônio da direita da intermediária, entrar livre na grande área e tocar por cima do goleiro Fábio, que saía da pequena área, mas parou no meio do caminho. Golaço de Marcelo Moreno.

Mesmo com o empate, o Grêmio continuou encurralando o Cruzeiro. Em momentos assim, os defensores agem apenas por condicionamento. Não há o que pensar. Cada um marca seu espaço e garante estar sempre em uma posição melhor que o adversário, em melhores condições para chegar primeiro na bola.

Mas aos 32 minutos, Marquinhos levantou bola da defesa, ela foi para Marcelo Moreno na intermediária central, Léo conseguiu mais 1 vez chegar primeiro. Marcelo Moreno persistiu, chegou antes e com o corpo ganhou de Everton. Léo deu outro bote, mas errou. Foi fatal.

O toque de Léo foi nos pés de Leandro, que avançou pela direita e bateu cruzado tirando do goleiro Fábio, que caiu e deu um tapa na bola, mas o rebote ficou na medida para Marquinhos, que tinha começado a jogada lá no campo defensivo e acompanhou toda a evolução da jogada. Com o pé esquerdo, quase passando da bola, Marquinhos tocou para o gol vazio.

Para quem gosta de destacar a importância de Elano e Zé Roberto neste time do Grêmio (como é o meu caso aqui no fSc), o Grêmio de Vanderlei Luxemburgo mostrou que apesar de isso ser verdade, a equipe está preparada para enfrentar dificuldades sem eles, também.

Foi o que aconteceu na vitória de virada por 2 a 1, sob forte chuva, contra o Cruzeiro, no Olímpico. Quando Elano saiu, o placar era de 0 a 0, mas quando Zé Roberto foi substituído, o time já perdia por 1 a 0. Aos 26 minutos do primeiro tempo, Anselmo Ramon recebeu na ponta esquerda, dominou, fez um giro e acertou um chutaço. O gramado estava encharcado, e a bola quicou abaixo do goleiro Marcelo Grohe, surpreendido pela violência do chute.

Elano deixou o campo logo aos 10 minutos de jogo e foi substituído por Marquinhos, e Zé Roberto foi substituído no intervalo por Leandro.

E junto com toda a pressão dos companheiros, os 2 substitutos decidiram o jogo, mostra evidente de que a equipe está muito bem preparada para a reta final.

Próximos jogos do Grêmio no Brasileirão:

Sport (f)
Botafogo (c)
Fluminense (f)
Coritiba (c)
Bahia (f)
Ponte Preta (c)
São Paulo (c)
Portuguesa (f)
Figueirense (f)
Internacional (c)

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