segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Jogo #293 Em tarde épica, Atlético-MG vira aos 46 minutos do segundo tempo, e Sport critica juiz depois de praticar antijogo

Expressão tão forte da cultura brasileira, o futebol acaba mostrando o que o brasileiro tem de melhor e de pior, características que transformam o país no que ele é, para o bem e para o mal. Não considero exagero. O que os brasileiros fazem em campo, no estádio e no entorno é o que ele costumam fazer no dia a dia.

E o jogo Atlético-MG 2x1 Sport evidenciou isso tudo.

Em sua luta para tentar evitar o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, o Sport foi valente, foi ao ataque desde o início. Com técnico recém-contratado, não se importou com a condição de estar jogando fora de casa, conseguiu seu gol na segunda finalização e se manteve em busca de mais gols. Como disse Cicinho no intervalo, o que o Sport tinha de fazer era conseguir mais gols.

Cicinho tinha batido 1 escanteio aos 15 minutos de jogo, quando Hugo subiu completamente livre para cabecear para o gol, no ângulo, sem chance para o goleiro.

Na volta do vestiário, o Sport mostrou que o discurso era para valer. Aos 13 minutos, Felipe Azevedo fez passe em profundidade para Gilsinho disparar pela esquerda, ficar na frente do goleiro completamente sem marcação e chutar em cima de Giovanni, que evitou o gol.

Aos 18, Felipe Azevedo tocou para Cicinho, que tentou por cobertura, mas Giovanni conseguiu dar 1 tapa por cima do gol.

O Sport fez 8 finalizações no segundo tempo, 5 delas certas, e o goleiro Giovanni fez a torcida se esquecer do titular Vítor.

Aos 29, Cicinho tocou para Hugo, que chutou no canto esquerdo, mas Giovanni foi buscar e jogou para escanteio. Grande autação de Giovanni em tarde épica para o Atlético-MG.

Mas se a torcida do Sport estava se orgulhando do brio da equipe, provavelmente também se orgulhou quando Renan deu 1 empurrão no peito de Pierre, a 43'40" do primeiro tempo; quando Hugo pediu atendimento simulando uma lesão após Pierre o puxar pelo pescoço, a 1'45" já no segundo tempo; quando Hugo encarou e deu uma cabeçada de leve em Leandro Donizete (a imagem foi mostrada, a 4'38"); quando Rithely cortou com o braço uma bola levantada da intermediária por Ronaldinho Gaúcho, a 27'41"; quando Cicinho pediu atendimento médico por lesão no tornezelo após escorregar sozinho no ataque e seu substituto já estar pronto para entrar em campo...

O adversário precisa ter cabeça fria e nervos no lugar. Sem dúvida. Mas quando o árbitro interpretou como toque involuntário a bola que foi no braço de Carlos César após cruzamento de Diego Ivo, aos 49 minutos do segundo tempo, vários jogadores do Sport partiram para cima do árbitro. Nesse momento, não levam em conta que o juiz não havia dado falta em toque de mão de Rithely, citado aí acima. Foi o mesmo critério. E pior: no Brasil não é tão raro um atleta chutar a bola no braço do adversário e pedir pênalti. "O importante é levar vantagem."

Tudo isso vale também para o Atlético-MG. Já com a vantagem no placar, Júnior César levou cartão amarelo por simular ter sido agredido por Gilsinho, a 47'53". Tobi foi reclamar do antijogo do Galo e acabou ouvindo de Ronaldinho Gaúcho se isso era diferente do que o Sport vinha fazendo até então.

O Sport foi prejudicado?

Aos 19 minutos do segundo tempo, 1 escanteio foi cobrado no segundo pau, mas na entrada da pequena área, Leandro Donizete usou o braço direito para deslocar Gilsinho. A bola não ia nele, mas houve o deslocamento proibido. Impossível saber se o juiz viu, se o adicional viu, se o auxiliar-bandeirinha viu. Houve o lance. Sabemos porque a TV mostrou.

Mas no futebol brasileiro, jogadores não respeitam as regras o tempo todo. Quando ocorre um lance discutível, transferem a responsabilidade pelo resultado da partida, do campeonato, para o árbitro. Assim como ocorre na sociedade em geral. O país é o que é. O futebol brasileiro, também.

Do lado do Atlético-MG, a equipe mostrou seu melhor quando, precisando desesperadamente da vitória para manter suas pequenas chances de chegar ao título, não entrou em desespero. Jogou, suportou o antijogo do adversário, suportou até mesmo a incompetência de seu próprio grupo de jogadores em diversos momentos. E conseguiu a virada aos 46 minutos do segundo tempo. Não desistiu em momento algum.

Foram 21 finalizações, sendo apenas 5 certas, para conseguir esses 2 gols redentores.

Se é verdade que há males na vida que vêm para o bem, o torcedor atleticano deve estar agradecendo o momento em que Neto Berola fez cruzamento, aos 20 minutos do segundo tempo, e Carlos César e Jô foram na bola ao mesmo tempo. Carlos César acertou uma forte cabeçada em Jô, que teve de ser substituído. Era a quinta finalização de Jô, todas para fora. Aos 5 minutos do primeiro, Leandro Donizete tocou, e Jô, livre, na frente do goleiro, bateu cruzado para fora. Nada dava certo para Jô na partida. Tanto que acabou se machucando em choque com o companheiro de time.

Ao perder o atacante, o Atlético-MG ganhou.

Em seu lugar entrou Leonardo, que entrou aos 23 minutos do segundo tempo e em 26 minutos em campo, conseguiu apenas 2 finalizações. E fez 2 gols.

Aos 30, Ronaldinho Gaúcho cruzou para Leonardo cabecear para o gol.

Aos 46, Bernard disparou pela direita, a bola escapou, ele se esticou e conseguiu dar 1 toquinho para Leonardo escorar com a perna esquerda para o gol.

Parecia que a festa no Independência nunca iria acabar.

Assim como fiz em relação ao Fluminense, levanto aqui os lances que favoreceram e prejudicaram o Atlético-MG até mesmo para permitir que sejam feitas comparações.

Restrospecto


Árbitros erraram ao não marcar 4 pênaltis contra o Atlético-MG. Houve também outros 2 pênaltis não marcados em lances duvidosos.

Mas árbitros também erraram ao não marcar 2 pênaltis a favor do Atlético-MG.

Primeiro as decisões que beneficiaram o Atlético-MG

Em Ponte Preta 0x1 Atlético-MG (1ª rodada), Francisco Carlos do Nascimento não marcou pênalti de Leonardo Silva. O goleiro saiu mal da área, Leonardo Silva o tirou da jogada ao tocar de cabeça, e bola sobrou para Roger, que com a direita tocou para o gol. Não entrou porque bateu na mão de Leonardo Silva. O rebote sobrou Renê Júnior, que com a direita, de voleio, chutou para o alto com o gol aberto, aos 18'25" do segundo tempo.

Em Atlético-MG 3x2 Botafogo (18ª rodada), Anderson Daronco não marcou pênalti de Serginho, que pisou no pé de Seedorf ao dar o segundo combate, aos 44'04" do primeiro tempo.

Em Náutico 1x0 Atlético-MG (25ª rodada), Flávio Rodrigues Guerra não marcou pênalti de Leonardo, que ao subir para cabecear levou a mão no rosto do Josa para que o adversário não chegasse, aos 40'20" do primeiro tempo.

Em Atlético-MG 2x1 Sport (30ª rodada), o mesmo Flávio Rodrigues Guerra não marcou pênalti de Leandro Donizete ao deslocar com o braço direito Gilsinho após cobrança de escanteio, aos 19'21" do segundo tempo.


Os lances duvidosos:

Em Corinthians 1x0 Atlético-MG (21ª rodada), Péricles Bassols Pegado Cortez não marcou pênalti quando, após cobrança de escanteio, Réver se abaixou para cabecear, e a bola bateu em seu braço, aos 27'36" do segundo tempo.

Em Atlético-MG 2x1 Sport (30ª rodada), Flávio Rodrigues Guerra não marcou pênalti quando Diego Ivo fez cruzamento baixo e bola foi interceptada pelo braço de Carlos César, aos 49'10" do segundo tempo.


Agora, quando a decisão dos árbitros beneficiou os adversários do Atlético-MG:

Os erros:

Em Fluminense 0x0 Atlético-MG (13ª rodada), Rodrigo Braghetto não marcou pênalti quando Júnior César, do Atlético-MG, fez cruzamento a meia altura e Digão cortou o lance com o braço, que estava aberto, aos 24'28" do primeiro tempo.

Em Portuguesa 1x1 Atlético-MG (27ª rodada), Elmo Alves Resende Cunha não marcou pênalti quando Jô entrou em velocidade na área e Valdomiro foi com o braço em suas costas, o derrubando sem ir na bola.


Além dos pênaltis, os impedimentos também levantaram polêmicas em jogos do Atlético-MG.

O Galo teve 3 gols mal anulados por impedimentos mal marcados nos jogos Palmeiras 0x1 Atlético-MG (impedimento de Rafael Marques, aos 28'51" do segundo tempo), Atlético-MG 2x0 Santos (impedimento de Jô, aos 13'02" do primeiro tempo) e Corinthians 1x0 Atlético-MG (impedimento de Leonardo Silva, aos 44'10" do segundo tempo).

E houve 1 gol mal anulado que beneficiou o Atlético-MG, em Fluminense 0x0 Atlético-MG (impedimento de Fred, aos 42'20" do segundo tempo).

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