sábado, 5 de maio de 2012

Enquanto Domingos tratora no Guarani, Edu Dracena não levou cartão no Paulista

Domingos é o trator do Guarani, que perdeu 3 e venceu 3 em 6 jogos sem ele em campo e teve 50,0% de aproveitamento nos pontos disputados. Com ele, em 15 partidas foram 10 vitórias, 3 empates e 2 derrotas, aproveitamento de 73,3% dos pontos.

Se durante todo o campeonato tivesse uma câmera sempre nele, talvez o filme que resultasse disso seria ainda mais interessante do que um que mostrasse apenas o entorno de Neymar.

Com sua altura e porte físico, deveria ser mais decisivo nas jogadas aéreas com bola parada. Fez apenas 5 finalizações em 15 jogos, mas conseguiu 2 gols, nas vitórias sobre Comercial e XV de Piracicaba, ambas por 2 a 0.

Seu negócio é defender. Aliás, com unhas e dentes. Domingos é uma figuraça, daquelas que dá o sangue durante a partida (ainda que críticos digam que o sangue que ele oferece é sempre o de um adversário).

Nem sempre é assim. Contra o Linense, ao tentar finalizar um escanteio da esquerda, acabou com um corte abaixo do olho direito. Olhaí, sangue de Domingos gotejando pelo gramado.

Na derrota por 0 a 1 para o Bragantino, o adversário aparentemente tentou se aproveitar do suposto "temperamento explosivo" do zagueiro. Com o gramado em Bragança Paulista completamente alagado, o Bragantino conseguiu seu gol logo aos 6 minutos. Aos 14, as poças já tinham desaparecido, mas continuava encharcado. Aí, entrou em ação o grandalhão atacante Giancarlo. Aos 22 minutos, deu um carrinho por trás no zagueiro Neto e acabou levando um empurrão daqueles de Domingos. Começava ali uma guerra de nervos que teve um final inusitado. Ao 25, marcado por Domingos, Giancarlo cai e fica ganhando tempo, com vantagem no placar.

A partir daí, começa a empurrar Domingos, trombar e a tentar desestabilizar o zagueirão. Aos 34, dá outra pegada. Domingos se levanta e vai falar com o árbitro adicional. Aos 40, empurra, faz falta e, com a bola parada, dá uma trombada em Domingos pelas costas. Na frente do juiz e já com amarelo, empurra o zagueiro-zagueiro.

Aos 43, dá uma braçada no rosto do bugrino, que chegava por trás para se antecipar e roubar a bola. Em seguida, fala algo ao pé do ouvido de Domingos, que começa a rir e a apontar para o banco de reservas. Aos 44, Giancarlo é substituído para não ser expulso.

Em seu lugar em Lincom, que passa a fazer a mesma coisa que Giancarlo. No início do segundo tempo, Domingos erra um lançamento, e Lincom ri dele e fala alguma coisa em seu ouvido.

Então, acontece a cena mais inusitada de todas, completamente atípica no futebol: Aos 17 minutos, com o jogo parado, Domingos vai até o técnico adversário, cumprimenta, abraça Marcelo Veiga e então lhe fala alguma coisa, provavelmente imaginando que a "perseguição" fora ordem dele.

Acaba levando um amarelo em outro lance curioso: Fumagalli bate uma falta e Domingos é literalmente agarrado dentro da grande área por Luciano Castán. O árbitro Paulo César de Oliveira não marca pênalti e mostra o cartão para Domingos, que, agarrado, deixa o cotovelo no rosto do goleiro adversário.

Se não é fácil ser marcado por Domingos, também não é fácil ser Domingos.

No total, levou 8 cartões amarelos. Além desse aí, também por dar carrinho por trás em Lucas, do São Paulo, que era para vermelho direto; por fazer falta por trás em Rychely, do Paulista; por chamar o goleiro para cobrar falta quase no meio-campo aos 47 minutos do segundo tempo quando o Guarani vencia o XV de Piracicaba por 2 a 0 (ficando fora da derrota por 1 a 2 para o Guaratinguetá); por trombar com Willian, do Corinthians, sem ir na bola; por ser chutado por trás por Enrico, da Ponte Preta, e ainda ter marcado contra si um pênalti inexistente; por demorar para bater tiro de meta contra o Palmeiras e zerar seus amarelos para as quartas de final; e por dar um pontapé com muito gosto em Roger, da Ponte Preta, no meio-campo nas semifinais. A pouca sutileza dos tempos em que jogava no Santos, onde jogou desde as categorias de base não mudou muito.

Na fase de classificação já tinha dado uma cotovelada em Roger, da Ponte, às costas do juiz. Contra o Corinthians, logo aos 3 minutos deu uma vigorosa solada no joelho e Elton. Levou 1 cartão vermelho, aos 20 minutos do segundo tempo devido a uma sequência de trombada, puxão e tapa por trás no mesmo Elton, que abriu os braços para trás quando Domingos chegava.

Vai ser interessante a disputa com Neymar, de quem diz ser amigo e a quem afirmou, via Globo Esporte,   "que vai tentar marcá-lo".

Contra o Ituano, Otacílio Neto tentou dar um chapéu em Domingos, que esperou a chegada do adversário e jogou o ombro para ele trombar. Otacílio Neto caiu com a mão na garganta e foi retirado de campo tossindo e sentindo falta de ar.

Vai que é sua, Neymar...

Do lado do Santos, o xerife é Edu Dracena. Se tem a clara vantagem de estar em um time muito mais técnico, ele contribui muito para que seja assim.

Disputou 11 jogos e simplesmente não recebeu nenhum cartão amarelo ou vermelho. Seu lance mais ríspido foi uma solada em Fabinho, exatamente contra o Guarani, em Campinas, quando o Santos já vencia por 1 a 0 (acabou 2 a 0).

Com ele em campo, em 11 jogos o Santos venceu 9 e perdeu 2. Sem ele, em 10 jogos venceu 5, empatou 3 e perdeu 2. Com ele em campo, o aproveitamento foi de 81,8% dos pontos disputados. Sem ele, o aproveitamento foi de 60,0%.

É bem mais presente que Domingos no ataque. Finalizou 10 vezes e conseguiu 4 gols (3 de cabeça, 1 com a perna esquerda), 1 bola no travessão e 1 defesa salvadora do goleiro do Mogi Mirim, nas quartas de final, completando para o gol um arremesso lateral de Maranhão.

Foi à frente tantas vezes como elemento surpresa contra o Mogi Mirim que além dessa finalização, não conseguiu alcançar um cruzamento de Neymar para ele e ainda foi pego em 2 impedimentos (1 certo e 1 duvidoso).

Nessa posição, quem rouba a bola é o Santos.

Em azul o que cada um supera o rival e em vermelho o que é superado.

Um comentário:

  1. As vezes passa despercebido, mas o números realmente mostram o quanto o jogador é importante pra equipe.

    Boa!!

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