quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ausência de Júlio César no Corinthians parece mais prevenção do que punição

Júlio César trabalhou mais do que goleiros dos outros grandes de São Paulo e apresentou resultados muito superiores.

Se o Corinthians foi o time que menos levou gol no campeonato, deveu isso mais a seu goleiro do que a um sistema defensivo bem organizado e quase infalível.

Contra o gol defendido por Júlio César, apenas 13,8% das finalizações certas (no gol) viraram gol. Contra Deola, do Palmeiras, 23,8%. Contra Dênis, do São Paulo, 25,4%, e contra Rafael, do Santos, 25,0%.

E para valorizar ainda mais seu desempenho, entre os grandes, só o Palmeiras sofreu mais finalizações certas por jogo do que o Corinthians. Em média, o Palmeiras sofreu no Paulistão 4,4 finalizações certas por jogo, e o Corinthians, 3,9, enquanto o São Pauo sofreu 3,4 e o Santos, 3,3.

Mas enquanto Deola teve média de 1,1 gol sofrido por jogo, Júlio César sofreu 0,5. 

Dessa forma, sua saída do gol do Corinthians, hoje, na Libertadores, parece muito mais uma decisão para preservá-lo do que vem pela frente do que uma punição pelas falhas contra a Ponte Preta. 

O Corinthians é uma equipe e deve distribuir a pressão. Júlio César já ficou marcado e se a equipe tiver problemas na Libertadores, a pressão o acabaria tirando até do clube, como já ocorreu até mesmo com ídolos do Corinthians, apesar de sua eficiência ser alta. Muito alta.

Júlio César disputou 15 jogos dos 20 do Corinthians no Paulista. 

Nesses jogos, adversários fizeram 162 tentativas de chegar ao gol. Foram 58 finalizações certas, no gol defendido por Júlio César. Ele sofreu 8 gols e evitou 20 com defesas difíceis entre as 49 que realizou. Apenas 1 passou por ele e um defensor evitou o gol.

"Ah, mas falhou quando não podia", diz o mais fanático. Goleiro não pode falhar nunca, mas todos falhamos. Saber aceitar isso é uma das chaves para o sucesso.

A cultura predominante impõe destacarmos mais os defeitos do que as virtudes, assim, tudo fica mais barato. Cabe aos clubes, então, preservar seus "ativos", não permitir a desvalorização de seus atletas.

Como disse o técnico Tite, ele decide levando em conta o que é melhor para o Corinthians, e entre todas as opções, não queimar um grande atleta é uma delas. Ele sabe que Júlio César é um ótimo goleiro. Sabe também que terá grandes adversários pela frente e que o título neste ano está muito difícil para todos, porque as equipes estão equilibradas em um nível elevado para os padrões sul-americanos.

O treinador trabalha para fazer sua equipe se superar e o Corinthians já se superou diversas vezes na história, graças também à sua torcida, que incentiva como poucas (quando está tudo bem).

Para quem tiver paciência, este é um apanhado dos números dos titulares de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos. Júlio César esteve entre os mais exigidos e foi o que melhor resultados apresentou. Sai do time porque sua torcida não sabe lidar com as derrotas. E não estando preparada para perder, poderá ter hoje uma defesa menos sólida do que a que tinha com Júlio César no time.

Jogos
Júlio César - 15
Deola ------- 18
Dênis ------- 20
Rafael ------ 12

Média de finalizações certas contra eles por jogo
Júlio César - 3,9
Deola ------- 4,4
Dênis ------- 3,4
Rafael -------- 3,3

Média de gols sofridos por jogo
Júlio César - 0,5
Deola ------- 1,1
Dênis ------- 0,9
Rafael ------ 0,8

Média de defesas difíceis por jogo
Júlio César - 1,3
Deola ------- 0,8
Dênis ------- 1,0
Rafael ------ zero

Média de defesas por jogo
Júlio César - 3,3
Deola ------- 3,3
Dênis ------- 2,5
Rafael ------ 2,4

Finalizações certas entre todas as tentativas contra seu gol
Júlio César - 35,8%
Deola ------- 33,3%
Dênis ------- 32,1%
Rafael ------ 36,0%

Gols sofridos entre todas as finalizações certas contra seu gol
Júlio César - 13,8%
Deola ------- 23,8%
Dênis ------- 25,4%
Rafael ------ 25,0%

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