terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Jogo #6 - Comercial 3 x 4 Linense

Nem a cor do calção. Nem as listras vermelhas horizontais da camisa. Ao final do primeiro tempo, todos os jogadores vestiam um mesmo uniforme, todo marrom do barro que ficou evidente em um ex-gramado alagado, com poças também evidentes que seguraram a bola em diversos momentos, mas não seguraram os ataques.

Em uma improvável boa partida em um barrão proibitivo, o primeiro tempo virou 3 a 2 em duplo sentido.

O Comercial abriu 2 a 0, com 1 gol logo a 1 minuto e outro aos 21. Em 7 minutos sofreu o empate e, depois, ainda permitiu a virada da Linense ao fazer um pênalti cobrado por Lenilson aos 46 minutos.

Com o barro no estado em que se encontra, ficou mais fácil para Lenilson a cobrança de pênalti do que tirar as bolas das poças, o que para Éder parece ser muito mais fácil: ele tem uma incrível categoria para conduzir a bola no barrão alagado.

Pensando agora, foi um primeiro tempo de improváveis acontecimentos.

O primeiro foi realizar o jogo com o barrão nessas condições. Se tiver qualquer dúvida sobre o que poderia ter acontecido, é só ver o lance de Luís Augusto, aos 4 minutos. Seu pé direito ficou preso e ele sofreu aquela queda em que todo o peso do corpo vai caindo sobre o joelho e o tornozelo dobrados em um ângulo impossível. Mas que aconteceu.

E por um motivo improvável, ele não se machucou.

Depois, no primeiro gol do Comercial, Rossato cruzou e, apesar de o gol estar aberto, a bola foi cabeceada para a direita, depois para a esquerda da grande área, para, aí sim, Rafael Tavares finalizar.

Em um tilt da defesa da Linense, uma bola lançada da defesa foi recuada errada para o goleiro, que acabou fazendo pênalti em Eliomar Bombinha. Rossato esperou o goleiro escolher o canto e então deu um toquinho no meio do gol. Tem de conhecer muito o barrão para fazer uma cobrança assim. Eu teria medo de a bola parar ali no meio do caminho à espera da recuperação do goleiro.

Com sua categoria para se movimentar sobre a lama, Éder recebeu assistência de Lenílson da esquerda e bateu da direita da grande área, de primeira e à meia altura, sem chance para o goleiro.

E, então, mais uma vez uma bola saída da defesa acabou virando gol, só que agora no estilo bumerangue. A defesa da Linense devolveu do meio-campo uma cobrança de tiro de meta, Chimba recebeu, driblou o goleiro e empatou.

O Comercial fez um terceiro gol. A bola de Bombinha ia entrando no gol, mas, por impulso, Romerito a acompanhou estando em posição de impedimento. É até discutível se ele tocou ou não tocou na bola, mas deveria ter ficado parado onde estava e só se mexido depois que a Linense tivesse reiniciado o jogo do meio-campo. No popular: deu mole.

Nos acréscimos, Lenilson marcou de pênalti sem dar chance para o goleiro, que pulou para o outro lado enquanto a bola ia para a esquerda. Os dois goleiros ainda evitaram 1 gol cada. Não há dúvida: com o barro encharcado, foi um improvável ótimo primeiro tempo.

E, realmente, não era dia do Comercial.

Duvida? Então dê uma olhada em lance aos 41 minutos. Após duas divididas, a defesa da Linense foi estourar a bola para longe, a bola rebateu em um atacante, cruzou todo o gol e saiu raspando a trave.

Se for pouco, após outro estouro de defesa, aos 45 minutos, Tyago Marques acertou um lindo chute cruzado de fora da grande área, à esquerda, e o goleiro Matheus espalmou para fora. Vale lembrar ainda que Matheus entrou após a expulsão de Douglas, que fez ótimas defesas e dois pênaltis, pelos quais recebeu dois cartões amarelos. O segundo aos 13 minutos do segundo tempo.

Mas aos 25, Marcel também foi expulso por fazer pênalti. Deve ter sido castigo dos deuses dos estádios, afrontados pelo péssimo estado do barro que tomou conta do campo que vai abrigar todos os jogos do Comercial neste Paulista.

Um péssimo sinal ter de atuar nessas condições, por mais dedicada que a equipe seja, com suas 26 bolas levantadas no segundo tempo contra 11 da Linense. Vai ser uma temporada dura e o time do Comercial vai acabar preferindo ser visitante.

Em casa, levou 4 gols e a Linense ainda desperdiçou 2 gols feitos, com Chimba e Lenilson, que não conseguiu driblar o goleiro. Aliás, foi um dos que mais sofreu com esse ex-gramado.

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