domingo, 3 de junho de 2012

Afinal, por que os clubes fazem tantos cruzamentos?


Mais um campeonato começa e a questão segue no ar: por que se cruza tanta bola sobre a área adversária?

É falta de entrosamento para tentar a jogada rasteira? É para dar satisfação à torcida, para parecer que está pressionando o adversário? O ínfimo aproveitamento de cruzamentos que se transformam em gols justificam tamanho desperdício de posse de bola no ataque?

Dê só uma olhada no infográfico abaixo. Em azul estão os cruzamentos desperdiçados, em laranja, os que foram mal finalizados, e em verde os que realmente viraram gol.


Nas duas primeiras rodadas do Brasileirão-2012, já foram feitos 354 cruzamentos sobre a área adversária, apenas 34 foram finalizados e resultaram em 6 gols.

Ou seja, de cada 100 cruzamentos, ocorre menos de 2 gols. Vale realmente a pena? É possível mudar isso? Cada equipe tem seu aproveitamento, claro, mas ainda assim, não há nada melhor que se possa fazer com essa posse de bola?

Os 20 primeiros jogos deste Brasileiro permitem uma comparação: sem contar bolas levantadas frontalmente, cruzamentos, escanteios e faltas levantadas e também as rebatidas que oferecem, considerando a grosso modo apenas as jogadas com bola no chão, houve 351 finalizações que resultaram em 22 gols. Dos 354 cruzamentos, 6 gols. Vale a pena cruzar tanta bola?

O quadro tem os dados do Campeonato Paulista deste ano. Nos 158 jogos analisados houve 2.977 cruzamentos, 450 finalizações e 61 gols.

Ok, 61 gols é algo pra lá de significativo. Mas significa que de 100 tentativas saíram 2 gols, exatamente.

É evidente que quando o Corinthians faz um gol histórico na Libertadores contra o Vasco em um escanteio, uma bola aérea passa a ter um valor muito maior. Mas os clubes não deveriam estar treinando para desperdiçar menos a posse de bola?


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