terça-feira, 19 de junho de 2012

Jogo #45 Nem o vento nem o adicional conseguiram impedir a vitória do Botafogo sobre o Internacional

(jornalismo literário >:o)

Eram 25 minutos e 40 segundos do segundo tempo, e o Botafogo tinha mais um escanteio a seu favor pelo lado esquerdo. Todas as forças do Beira-Rio pareciam prever o que estava para acontecer, mas não conseguiram evitar.

Um vento começou de repente, como aquele que anuncia a tempestade que está por vir. Insistentemente, passou a colocar a bandeirinha de escanteio entre Andrezinho e a bola, impedindo-o de fazer a cobrança. Ele tinha acabado de bater um escanteio e não havia vento. Mas assim, de um instante, a bandeirinha passou a ficar entre ele e a bola. Levou mais de 1 minuto para conseguir fazer a cobrança. Ele a tirava da frente, ela voltava.

O Internacional tinha pressa, empatava por 1 a 1 apesar de jogar muito mal em casa. Em um cruzamento de Oscar, Leandro Damião cabeceou a bola, que foi na cabeça de Dagoberto, que a cabeceou no ângulo. Houve quem disse ter se tratado de um lance casual. E foi. Porque aos 30 minutos do primeiro tempo, foi a única finalização em gol do Internacional, em casa, em todo o primeiro tempo. Houve 5 tentativas, mas só essa foi certa. O Botafogo tentou 4, acertou 3, mas parou no goleiro em chutes fracos. Só no último dele realmente fez o torcedor mais ansioso se levantar da arquibancada, mas Muriel saiu nos pés de Herrera e evitou o gol, já aos 42 minutos.

E a bandeirinha não deixava a cobrança ser realizada. Então, D´Alessandro pediu autorização ao árbitro para tirar a bandeirinha de lá para que o jogo pudesse seguir. Não foi atendido.

E nem pode reclamar, pois a arbitragem claramente não favorecia o Botafogo. Muito pelo contrário.

Àquela altura, a arbitragem já havia negado dois pênaltis ao Botafogo. Aos 7 minutos do segundo tempo, Vítor Júnior partiu em velocidade pela direita e foi derrubado por Índio no limite da grande área. De onde o árbitro Paulo César de Oliveira estava não havia como ter certeza. Nem Índio parecia ter certeza se havia ou não cometido pênalti. Então, entrou em ação o adicional Edmundo Alves do Nascimento, que muito serenamente informou que a falta ocorreu fora da área. E ele acertou, como mostrou a repetição do lance por vários ângulos, depois. Por um nada.

Mas aí entra uma questão que gostaria de ver discutida. Se o adicional chamou a responsabilidade para si nesse não pênalti, não deveria também fazê-lo para os lances seguintes?

Aos 21 minutos, Vítor Júnior partiu novamente em velocidade pela direita, entrou na grande área e foi derrubado por Fabrício. E a arbitragem não marcou o pênalti. Foi na frente do adicional Edmundo Alves do Nascimento, mas ele se omitiu. E o árbitro parece ter confiado nele. Dois lances, para o mesmo time, na mesma área, e o adicional não poderia de jeito nenhum opinar em um e se omitir no outro. Ou então não viu o toque. E errou.

Conto isso tudo e a bandeirinha continua a impedir a cobrança do escanteio de Andrezinho, que já era vaiado pela torcida de seu ex-clube, onde brilhou internacionalmente. Não era para menos: Andrezinho tinha empatado o jogo aos 12 minutos, completando com um lindo chute no ângulo um passe de Vítor Júnior.

Como está jogando Vítor Júnior... Quanta vontade, quanta determinação, quanta luta.

Mas Andrezinho não estava satisfeito. Tinha conseguido o empate e queria a vitória de virada.

Mas a bandeirinha do escanteio, o placar eletrônico, todo o frio de 10 graus de Porto Alegre, o vendedor de cachorro-quente, o bilheteiro, o presidente do Internacional não queriam.

O árbitro Paulo César de Oliveira, então, não esperou pela decisão do adicional, que não confirmou um outro pênalti para o Botafogo, à sua frente, quando Índio deixou o pé e derrubou um adversário, aos 29 minutos e 57 segundos. Pode olhar. Houve o toque. Só não sei em quem foi. Mas teve.

Mas o incrível é que a bandeirina de escanteio continuava impedindo o recomeço do jogo. Paulo César de Oliveira foi lá e de algum modo fez a bandeirinha parar quieta em sua posição. E autorizou a cobrança do escanteio. E Andrezinho cobrou, na primeira trave. A defesa do Internacional errou o tempo da bola e Fellype Azevedo chegou de trás para completar de cabeça, cruzado, para o gol.

E foi só, ainda que não tenha sido pouco para o Botafogo. Em toda a partida, em casa, o Internacional fez 10 finalizações e apenas 1 foi no gol. A que entrou. Para a torcida do Internacional, foi muito pouco. E por isso, após o apito final, vaiou.

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