segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Jogo #241 Grupo do Palmeiras de Felipão não resiste à equipe do Corinthians de Tite e crise se agrava para delírio dos corintianos

Se não pode vencê-lo, torne a vitória dele sem graça. Demita o técnico e coloque como interino alguém sem familiaridade com o trabalho que vinha sendo feito. Mostre dias antes do jogo que não é o seu adversário que é extremamente competente, é você que não teve capacidade de formar, uma equipe de verdade.

Mas até nisso o Palmeiras fracassou. O Corinthians venceu por 2 a 0 com sobras e sua torcida está tripudiando a fase terrível do eterno rival, ameaçadíssimo pelo rebaixamento, que para alguns clubes foi um momento de limpeza, como no caso do próprio Corinthians e do Vasco, mas para outros, não.

O Corinthians mandou a campo o que tinha de melhor, não apenas este ou aquele jogador, mas uma equipe profissional, treinada. Depois de ganhar o Brasileiro do ano passado, com o preparo físico e a cabeça no projeto de ganhar a Libertadores, o Corinthians venceu, venceu, venceu e venceu novamente tanto no Paulistão quando na Libertadores por 1 a 0, mantendo viva nos seus adversários a esperança de achar o empate enquanto o Corinthians treinava sua defesa, praticava a concentração, aprendia a apanhar com resignação e a bater com inteligência, enquanto desmontava o emocional do seu adversário.

Mas existem mais coisas entre uma trave e outra do que sonha nossa vã filosofia.

O Corinthians com Tite revelou para quem quiser ver que Luiz Felipe Scolari é extraordinário para unir um grupo em busca de um objetivo. É quase imbatível nisso, a não ser que pegue a Grécia pela frente. Quando o regulamento debaixo do braço indica que as disputas são decididas em 180 minutos com desempate nos pênaltis, os grupos de Felipão se entregam mais do que o adversário e seguem em frente.

Felipão cria grupos. Tite vem criando equipes.

O Corinthians tem padrão de jogo, sua defesa é compacta e inteligente e, independentemente de quem esteja em campo, a bola rola de pé em pé até chegar onde a ordem manda chegar. Não importa muito quem está no ataque.

Contra o Grêmio, o Corinthians mostrou que tira de letra a agressividade do adversário. Não fica emocionalmente abalado por causa de pontapés ou provocações. E bate sem que se perceba que está batendo.

Quando Wallace pisou na panturrilha de Barcos, aos 20 minutos e 50 segundos de jogo, quase ninguém viu. Pareceu apenas que o juiz não deu uma falta no atacante do Palmeiras. Ao ser pisado, Barcos revidou ainda caído, se levantou e deu 1 joelhada em Wallace, que ainda pediu calma. O juiz viu, mas não fez nada.

O Corinthians fez: trocou passes, levou a bola ao ataque, a defesa cortou, Juninho achou que em um Palmeiras x Corinthians podia sair jogando na sua área defensiva, e Romarinho lhe tomou a bola e fez o gol.

Ao comemorar, Romarinho o fez voltado para a torcida do Palmeiras, que dominava as arquibancas por ter o mando de jogo. Malandragem? Nunca se saberá. Mas todos sabemos que Luan já tinha amarelo (porque depois de ser tocado por trás por Wallace, deixou a perna em uma tentativa de revide, aos 17 minutos) e ainda assim, partiu raivoso para cima de Romarinho para tomar satisfações.

Um árbitro emotivo como o Palmeiras de Felipão teria mostrado o amarelo para Romarinho por ter causado o tumulto em uma partida que já estava tensa havia 95 anos e também para Luan, que deveria ter sido expulso pelo que fez.

Um árbitro racional como o Corinthians do Século 21, que fora a torcida tem bem pouco do Corinthians do Século 20, deixaria os ânimos esfriarem. Bola pra frente. Foi o que fez o árbitro Marcelo Aparecido de Souza.

Mas apenas 2 minutos depois, Luan trombou com Guilherme Andrade, que inteligentemente se levantou e se colocou à sua frente, não se deixando intimidar. E Luan ergueu o braço na altura do pescoço do adversário. Incrível a esperteza de Luan. Só que ao contrário.

O Corinthians fez menos faltas: 15 contra 27 do Palmeiras.

O Corinthians levou 7 cartões amarelos: Romarinho (por comemorar gol), Martínez (pontapé), Cássio (demora para bater tiro de meta), Ralf (por deixar o pé em Artur ao saltar), Danilo (por carrinho na bola), Fábio Santos (por demorar para bater lateral esperando a substituição que o Corinthians ia fazer) e Guilherme Andrade (por deixar a perna em Valdívia).

O Palmeiras levou 4 cartões amarelos: Luan (por cavar um pênalti ou tentar acertar o adversário após cair), Barcos (foi nas pernas de Ralf), Artur (pontapé e sequência de faltas), Obina (chegou atrasado em lance). E o Palmeiras teve Luan expulso.

Aos 3 minutos do segundo tempo, Jorge Henrique passou de calcanhar, e Romarinho quase fez o segundo gol, passou perto. Aos 8, Marcos Assunção deu bola na fogueira para Juninho, que fez o mesmo para João Vítor, que perdeu para Danilo, que passou para o canhoto Douglas, que com a perna direita cruzou para a chegada de trás de Paulinho, que fez 2 a 0.

Com o time tão treinado e concentrado, tudo fica muito lento à frente do Corinthians. Foi só deixar o tempo passar.

A superioridade moral do Corinthians em campo era tão clara que, com o estádio tomado por palmeirenses, fez o juiz voltar atrás e anular 1 gol do Palmeiras que já havia sido confirmado: o auxiliar-bandeirinha Rogério Pablos Zanardo apontou falta de Obina em Paulo André, mas como não tinha muita certeza do que viu, levantou a bandeira e depois a abaixou. A defesa do Corinthians parou, Obina cruzou e Valdívia fez o gol. Quando o árbitro olhou, o assistente estava correndo para o meio do campo. É gol. Mas o Corinthians protestou, e o juiz acatou.


Dizem que a consciência da fraqueza é também 1 forma de força. 

Depois de Vanderlei Luxemburgo, Muricy Ramalho, Luiz Felipe Scolari e milhões de reais, o Palmeiras ainda não tem 1 equipe estruturada. Por que será?

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