sexta-feira, 27 de julho de 2012

Jogo #116 Empate com a Portuguesa levanta questão sobre se torcida do Flamengo vai ter paciência durante renovação da equipe

Zico estreou no Flamengo em 1971. Quem tinha 10 anos na época e já sabia o que era futebol, agora está com 51. Não é a faixa média do torcedor de estádio. Zico só foi se firmar em 1974. Como o time já era ajustado, foi campeão estadual em 1972 e 1974 e só em 1978, 79 e "1979 especial" é que começou a se impor, com um tricampeonato estadual. Só foi conquistar seu primeiro Brasileiro em 1980. Isso com Zico e todo aquele time.

Agora, aconteceu o que o flamenguista queria: caiu Joel Santana. E o Flamengo contratou um ótimo treinador. Acima do empate por 0 a 0 com a Portuguesa em casa, a estreia do técnico Dorival Júnior no comando do rubro-negro carioca fica marcada pela estreia de Mattheus, "O Filho de Bebeto", como titular neste Brasileirão.

Não só isso: foi o primeiro jogo em que Adryan e Mattheus começaram juntos como titulares. Isso é um forte indicativo do que deve ser o trabalho de Dorival Júnior, que desde o ano passado estava no Internacional, um dos clubes que mais bem vêm fazendo o trabalho de revelação e lançamento de novos atletas.

Dorival Júnior teve acesso aos bastidores desse trabalho vitorioso do Inter, que nos últimos 11 anos conquistou 8 campeonatos estaduais, 2 Libertadores e 1 Mundial com trabalho árduo, uma estrutura defensiva consistente e atacantes inteligentes e velozes. Mas, principalmente, trabalho árduo, com treinos específicos e conscientização das exigências atuais do futebol.

Mesmo com os rubro-negros torcendo um pouco o nariz, na defesa jogou Welinton, de 23 anos. Ele não começava como titular desde a 4a rodada. Estamos na 12a. Entre os titulares estavam Ramon, de 24 anos, Luiz Antônio, 21, Mattheus, 18 e Adryan, 17.

No banco de reservas estavam Marcelo Carné, 22 anos, Marllon, 20, Amaral, 24 e Thomás, 19. E Dorival Júnior e seus assistentes.

A equipe foi vaiada e chamada de "sem-vergonha". Claro, a voz da arquibancada é parte do jogo e do desenvolvimento dos atletas. O torcedor flamenguista vai aceitar que existe um preço a ser pago pela reformulação de elencos ou vai queimar uma geração de jogadores talentosos?

O Flamengo fez 16 finalizações, 4 certas. O time foi lento, mas Adryan e Mattheus assumiram o papel de armar as jogadas de ataque. Uma responsabilidade e tanto no Flamengo, agora nos pés deles.

Quanto à Portuguesa, não há muito o que dizer. Fica parecendo que nem mesmo novenas em todas as igrejas de Nossa Senhora de Fátima e de Nossa Senhora Aparecida aliadas ao sacrifício de bichos ao som dos tambores faria com que os jogadores transformassem as jogadas de ataque em gols.

Jogou bem, fez 15 finalizações e as 4 certas foram em cima do goleiro. Ainda acertou o travessão. Aos 42 minutos do segundo tempo, Diego Viana subiu sozinho e cabeceou por cima um cruzamento perfeito.

Mas um mérito é inegável. É uma das equipes que mais finaliza, a equipe com menos gols marcados (7, ao lado do Santos) e está na zona de rebaixamento (com 10 pontos, ao lado de Palmeiras e Santos), mas  está assimilando isso muito bem. Joga o jogo, não se abala e demonstra a maturidade de quem sabe que isso faz parte. Se vai conseguir reverter é outra história. Aparentemente, sobrenatural.

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